domingo, 24 de janeiro de 2010

Negando


Negar algo essencial deveria ser crime.
Mas pagar  na mesma moeda é Humano.
Como saber onde estar o erro?
Será que realmente existe um erro?

Há erro se houver esquizofrenia?
Há erro se houver bipolaridade?
Há erro se houver autismo?

Negar algo para um desesperado é o mesmo que cuspir em sua cara, eu não gostaria de fazer isso e consequentemente não gostaria de receber.

Há algo de sensacionalista no ar...
Sinto esse cheiro de longe!
Melhor parar.


Não, acho que ainda não devo calar!
Há muito o que falar, porém em um post só não vai dar.
Fiquemos por aqui, antes que eu prove que sou bipolar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Melodías de dolor


"Descubrimos vos y yo
en el triste carnaval
una música brutal
melodías de dolor
Despertamos vos y yo
y en el lento divagar
una música brutal
encendió nuestra pasión
Dame tu calor
bébete mi amor"

Embebedando-se ao som de um tango surgiu um belo amor.
Amor sem fronteiras.
Amor sem barreiras.
Amor sem limites.
Amor?
Platônico.

Saindo à francesa.



Como toda segunda-feira, Sofie chegava do trabalho e ia logo checar seus e-mails, enquanto, no micro-ondas estava um café, quase pronto. Ao checar seus e-mails, Sofie resolveu aparecer 'online' em seu mensageiro virtual. Com seu parecer , o George foi logo adiantando-se para chama-la para ir a um Festival de Filmes Francês e Brasileiro. Sofie ficou surpresa e espantada! Por ela, sairia até sem comer. Só para ver aquele ser Humano que alimentava seus sonhos.
Tudo marcado. Quinze horas, na Cafeteria da Rua Paulo Féval, chamada de Madame François.
George sai do mensageiro instantâneo.
Dirigi-se ao seu guarda-roupa, pega uma camisa branca , procura o cartão telefônico, tenta localizar sua mãe   para avisa-la de que sairá com uma amiga, já que ele ainda morava com ela.
Sua mãe mostrou-se a favor de sua saída, uma vez que George realmente precisava ver mais pessoas.
Ele se senta na cama e fica nervoso por alguns segundos ,repreende-se, sempre foi muito frio. Não queria deixar de ser logo naquele dia. Sempre gostava de sair por cima. Vestiu-se rapidamente, esqueceu até de confirmar se Sofie iria mesmo. Colocou perfume .

 Sofie não sabia o que vestir, sentia-se gorda, sem jeito, sem graça.
Vestiu uma roupa que mal cabia nela, aliás, sobrava tecido.
Mas, foi coberta de flores, numa áurea de medo e angustia. Tentou enrolar os cabelos, seca-los, mas, não deu tempo. Perdeu muito tempo tentando achar uma roupa adequada. Ela era do tipo que só se vestia de um jeito só, e quando inovava, errava.
George almoçou, mas, parecia não sentir fome. Ele queria realmente ir, não interessava com quem iria. Viu em Sofie alguém para acompanha-lo e fazê-lo rir.

Rápido.
O Trem das 3hrs.
George subiu rapidamente. Não sabia onde pôr a mão.
Trem rápido, com pessoas das quais ele nada compartilhava a não ser a pressa.
Do outro lado da cidade encontrava-se Sofie , conversando com sua mãe sobre a saída que iria fazer com George. Depois de uma pequena conversa, Sofie vai andando para a Madame François.
Lá,tira de sua bolsa um Livro que continha uma peça Teatral de Millôr Fernandes. Desespera-se, pensando que tinha sido esquecida por George.


Ela nunca teria visto George tão de perto. Olho no olho.
Eis que surge um individuo estranho, mas, apaixonante e delicado.
Ela se aborrece pela demora mas mesmo assim vai até ele. Reconhecem-se. Não se tocam com o tato, é um encontro de almas.

(...)


Todas as palavras foram soltas, no ar.
Caminharam levemente, numa estrada onde não parecia ter fim.
Foram parar no Sol.
Lá, havia um trem. Quando entraram, já estavam assistindo 'Z' .
O filme passou tão rápido e logo, vieram outros: curtas, Longas,Documentários.
Sofie sentia-se vazia, pois, através dos olhos de George, ela conseguia captar tudo que havia no seu profundo ser.

(...)
George manteve-se muito cauteloso, tocou-a algumas vezes para oferecer algo.
Sofie  nada queria. A não ser ver os filmes.
Horas a fio.
(...)
Dormiu.
Quem?
- Sofie.Sofie. (?)





  • Hãaam?








  • Vamos embora. Acabou.

    Pobre Sofie! Tudo não passou de um sonho escarrado n'agua.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Tédio


Vinte e cinco graus.
Nuvens cinzentas.
O céu vai desenhando a chuva que está por vir.
O latido dos cachorros são envolvidos com o barulho das motocicletas.
Os pensamentos, ah...Os pensamentos...
Tão longe e tão perto!
Longe daqui e perto dalí.
Trancada no meu próprio mundo vou vivendo palavras que estou afim;
Sempre buscando coisas que não tem fim!

Vinte e cinco graus.
Gato Preto na janela.
Luz acessa.
Quase seis horas da tarde.
Campainha toca.
Ninguém.

E o tédio corre solto nas veias, a vontade de sair não é mais forte do que a de ficar em casa.
Minha agenda só foi até 2009.

Vinte e cinco graus.
Cachorro latindo sem párar.
Morando em Avenida.
Relembrando as velhas poesias que hoje não saem mais.
Desenhando Mafalda para passar o tempo.
Escutando Belchior pra aumentar o sofrimento.

E o tédio corre solto nas veias.
O céu escureceu.
Continua em 25 graus.
A previsão é chuva.
Bela quarta- feira.
Estou esperando a sexta.



Somente para saber que é sexta- feira.


Bendito seja o sábado.
                           
Passou, passou.
Mas, isso tudo não quer dizer que eu não goste de dias chuvosos.
É que a neblina mais o tédio...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Adentrando


Sabe quando você fica longe de você mesmo por um tempo?
Se não sabe, um dia saberá.


Encontrei-me com sonhos, cores e músicas.
Tomei um chá alucinogéno.E quem vai dizer que não?
Quase me perdi na imensidão.Imensidão esta que é o mundo.
Resolvi adentrar no sertão.Apertar o botão e dizer: Basta.
Basta de mim, de pensamentos, desse turbilhão maluco que me invade de vez em quando.
Foi preciso um balanço, recuperar aquele saldo negativo que dantes existia, pegar o telefone e desligar por uns 20 dias,excluir/bloquear amigos que eu nem mais queria,excluir aquelas fotos que nem existiam,ligar o rádio e dançar o que ninguém queria.

Sabe,o melhor amigo do homem aqui na Terra não são os cachorros.São os Gatos.
Aquele mistério envolvente, aquela alegria, aquele lamber,aquele afago que só eles conseguem dar.
Eles riem com os olhos quando ao ti vê passar se esfregam sem parar.
Quase que um retiro espiritual sentar-se e ver-se sendo envolvido por gatos, tão ternos, carinhosos e cheios de amor nos olhos.

Encontrei-me com muitas simbologias, com muitas seitas, com muitas profecias, com muitas mágicas e coisas que são pesadas, para mentes, digamos, ainda não preparadas.
Quando você enxerga o mundo de uma outra forma é dito como louco.E que seja.Mas, está consumado.Foi consumado a bastante tempo.E vejo desgraças por todos os lados, via desgraças em minha própria pessoa.

Dias desses estava eu em um ônibus, não havia mais cadeiras.Fiquei em pé.De repente, pensei : Ocorrerá um acidente em plena Av. Agamenon Magalhães.Segundos depois, ocorreu. Um gol branco bateu em uma moto e a moto bateu em uma palhaça de trânsito.Sua peruca colorida voou longe.Todos os palhaços de trânsito gritando "Pára, pára" para o motoqueiro.Não houve como.Em segundos o ônibus partiu.E lembrei diversas vezes do que tinha pensando antes "Um acidente em plena Av.Agamenon Magalhães" e repetiu-se diversas vezes aquele acidente, a moça batendo com o rosto no chão e a peruca voando, e a sua placa que parou quase que no canal.

Como eu ia dizendo, encontrei-me com cores.
Por esses tempos andei desenhando.Não algo próprio ou bonito.Riscos de Quino foram tentados.E creio que, funcionaram.
Encontrei-me com sonhos, aqueles sonhos que se juntam e correspondem à colagens aleatórias de revistas diversas, ora baratas, ora caras.
Encontrei-me também com músicas. Estas que me deixam um tanto aliviada.Mas, soube de uma perda.Uma grande perda:Lhasa de Sela. Foi-se. E não digo mais nenhuma palavra.
Ainda encontrei-me com música viva, que aprofundou-se em minh'alma. Gritei bastante nelas. Era necessário. Na felicidade eu estava triste, muito triste.

Fui à peças. Nenhuma de bom grado.
Vi filmes, nenhum espetacular até o dado momento.
Vi pinturas, obras de arte em geral. Nada que me tocasse.
Não estive sensível para com coisas do mundo.
Estive em outra dimensão.
A minha dimensão.
Eu estive.... Dentro de mim.