terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Usucapião no mundo.

Vamos a mais um escrito.Mas,lançarei aqui outro viés.Não sei do que se trata,mas,penso em outro tom,não estou me importando se vai ficar bom.Quero lançar as bases ideológicas que me fizeram amadurecer,quero,meus caros e caras,desobedecer.
Desobedecer a ordem pré estabelecida pelo sistema,não quero falar de política,mas,sempre tem que ter a dita cuja no meio.Afinal,vivemos em um mundo com políticos.E estes tem dado muito o que falar.Mesmo com minhas mãos cansadas não me canso de dissertar.Por mais que com prozeamentos nós mudemos a situação...


Quero dizer que se for para continuar,é pegar ou largar.Ou vai com tudo ou vai sem nada.
Vivo numa vida Josefina,pior que Severina.Minhas costas ardem com esse sol,sol este que floresce a terra que me dá de comer,sol esse que nasce para todos,até pra quem está para morrer.
Minha vida foi plantar mandioca para ver aquele Gordo comer.Estou farto e quero transcorrer em linhas e versar sobre o poder.
Homi branco,olhos claros e postura de poder grita com todo o meu sofrer que eu não presto nem para morrer,que a propriedade é privada e que nunca deixará de ser.
Verso aqui sobre as paixões que um dia hei de ter ,não as tenho ,realmente por não poder, quero amar os humanos ,mas,vê,crê,não dá pra entender?
Queria transcorrer com algo laico,mas..Cristo tem poder!Como eu pude não me subverter?
Ano passava e ano adentrava, e eu, o que eu ganhava?Ameaças do cara do poder.
Sofri muito,emagreci muito.E tudo isso pra quê? Para lançar e fincar as bases do capitalismo.Não sou um utópico,não sou um marxista,não sou um anarquista nem sou um segregacionista.Então,o quê?
Eu só vim aqui pra dizer que não aguento mais ouvir tanto "É meu","É Teu"," Nosso carro", "Faça isso","As leis que". Não,não,não.Chega de abuso de poder. Oxi,mas,que coisa pra corromper.É esse tal do poder.Meu Deus,que faço eu pra crẽ que tamanha coisa medonha um dia há de desaparecer?
Oxi,e não podia logo acabar com isso?Dividir as terras e fazer esse povo esfomeado comer?
Não tenho um centavo pro pão,mas,que dor no coração,crio mais de 5 filho e só vivo na miséria sabe porquê?
Porque o capitalismo,meu filho,dominou você.

Ô fiu,num inventa de sair com essas roupa da Coca Cola não.
Fiu,ô meu fiu.
Num faz isso com teu véi pai não.

Disse isso pr'aquele filho infeliz,mas,não me seguiu.Sempre foi o revoltado,que fazia o chão tremer.E o mais cômico é que todas filhas desse cidadão era do MST.


Num sei mai o que dizer,se minhas fiá são do mst, qu eeu faço pra num ser perseguido e morrer?
Oxi,me deito nesse chão e deixo enraizer?Mai,tácumagota.
Tenho que desaparecer?O Sertão virou mar e o mar virou sertão.
Acho que vou ler é cein ano de solidão.

Oxi,mas,peraí que eu nem terminei.
Eu tava dizendo aquilo tudo puskê eu me ferrei.Fui inventar de num trabaiar na roça e ir sambar,mas,fui discansar e risolvi colher umas manga bem roliça que tinha pelalí perto da roça dum Benedito quarquer..Oxi,quando meti-le a mão,foi bala até no chão.NUnca vi tant abala,eita mundiça,oxi,era um canhão.Quasi que murria do coração.
Minino,mai,tu num tem noção. A bala cumeu no centro e eu?Oxi,fugi do sertão!Mai corri pra longe.Fui lá pro mundo Sulistão.
Tomei foi no cu,sai pra ser ladrão.O mndo meu fiu,é o sertão.Aprendi a roubar peralá.As rua tinha nome de gente,tudo tinha dono,ficava com uns medo istranho,soluço,o cu arrepiano,assumbianu.
Tava com medo de ser pego pelos tirano.

Apoi eu só sei qu emar nunca quero voltar peralá,quero me rifugiar in outro lugá mermu.Peguei meeus coco fui pro ciará.Eita lugá gostoso,vai ti daná!Mas,a propriedade privada respira por lá.Ai Meu Deus,o que será?Oxi,acho que eu vou pra outro lugar.
E fui,fui pro Deusdará.
Perdi meus 5 fiu pra cidade grande,aprenderam mais ainda com aquele tipo de Benedito e chamavam tudo que tinhaã de 'meu'.Começaru a amar o dinheiro e o capitalismo floresceu na cabeça daqueles criolinho.




Maldito seja aquele que diz que a terra é sua,
Maldito seja aquele que ama seu dinheiro acima de qualquer coisa e/ou pessoa,
Maldito seja aquele que humilha por ter algo mais,
Maldito seja todo aquele que alimenta o sistema com os Natais.


E não,nem há razão.Só emoção.Impulsivismo.Nada de criatividade.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Dandara ficou Odara

De dentro de seu útero saem pedaços de cartas vermelhas e róseas.
Aquelas lágrimas de sangue,indicando um grande sentimento de culpa que ela nunca teve.
Conseguiu desprender-se daquilo tudo,vomitava de seu útero tudo o que deveria ter sido e que não foi.
Soltou palavras,sentimentos,bebidas,esquecimentos,contestações.
Suas pernas firmes,fortes e brancas gritavam para conseguir dar um passo à frente.
Não se sabia o que passava-se ali por dentro,entre suas pernas.Mas,jorrava-se emoções e caprichos que antes ou quem sabe,ainda tivera/tem.
Na sua boca um gosto doce de baunilha na boca,cheiro de mel em seus cabelos,cheiro de incenso no ar.
Tinha vinte e um anos e todo o pesar do mundo em seu ventre.

As cartas vermelhas foram se acumulando em suas gavetas desde sua adolescência e agora,para escondê-las,engolio-as.Deu nisso.O desapego deve ser praticado,tendo em vista esses imprevistos.
Lembro-me de ter visto-a naquele vestido bonito de chita amarelo guardando aquela suposta ultima carta que ela escondeu tão bem debaixo da caixa laranja dos seus sapatos de ballet.
Culpou-se como se fosse uma foragida da lei,uma subversiva - e era,dela mesma- louca,impulsiva e inconstante.

Descobriu-se como alguém especial,viu que aquilo deveria ser algo que só ela possuía.Mas,não sabia como surgiu,pensou que fosse por conta da bebida que tomou ontem.Ou ainda o novo desodorante que ela havia testado,mas,naão.Não havia explicação cabivel.Porra,que merda que aconteceu?
Dandara não tinha ideia do que havia com seu corpo.Os dias passavam,os meses iam e vinham... E seu ventre crescia e crescia mais e mais.Fez dietas,sua barriga crescia.

Dandara lembrou-se que comeu melancia.Mas,disse para si mesma:- Não,nem suponho isso,não sou tão idiota.Não?Vá pro diabo!Não sou.
Na sua inconstância,Dandara saiu de casa,com seu vestido de chita azul , com uma ecoberg cinza e muita vontade de respostas.Despiu-se e jogou-se no mar,sua barriga encolheu,o mar tossiu,o céu escureceu,a porta se abriu ,alguém sorriu e logo coagiu:Menina,Dandara,tu és luz,jóia rara,vem pra cá e deixa de ficar Odara!

Não sabia de onde vinha aquela voz rouca masculina,mas,já havia escutado aquela tal voz.
Gritou: Há alguéeem??
Responderam com eco:Aqui,dentro de ti.
Dandara repreendeu-se com uma tapa em sua própria face e mandou-se calar a boca.Aquela voz insistia.E dizia-lhe:Você me criou.Sou você,seu outro Eu.Dentro de você.E estou para nascer.
Dandara desmaia e é levada pelas ondas do mar,sai de lá com um vestido laranja e a areia da praia estava repleta de cartas nunca enviadas,em cartão vermelho.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Amores vãos.

Triste garotinha.Ama tanto.Ou nem ama.Não que ela sempre queira tudo para si,mas,ela prezava pelo amor,pelo companheirismo.Mas,cadê?
Todos os sentimentos ruins vieram à tona.Adivinha!
Pleno século XXI.Internet.Orkut.Blogs.
Ela encontra o inesperado,um depoimento relaxado.De quem mal domina sua lingua.Mas,parece querer dominar o coração do seu tão bem amado.
Ela entope-se de livros,de músicas,não esquece nunca.
Aquelas malditas palavras alimentam o seu ser.Alimentam?Sim,alimentam de todos os pensamentos de perda,de distância,de inferioridade.Ela jura que preza pelo amor Livre.E preza,mas,queria ser mais amada que aquela outra.
E não era?
Pergunte ao outro ser.
Humano?
Não.
Então...?
Do outro lado.
De onde?
Da tela.
Computador?
Não.
Então...?
Daquele quadro que ela avistou em Setembro.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sempre cabe mais um amor no Brasil.



''Todo el mundo sabe que la Tierra está separada de lo sotros astros por una cantidad variable de años luz.Lo que pocos saben(en realidad,solamente yo) es que Margarita está separada de mí por una cantidad considerable de años caracol''



Ora,ora,essa foi a melhor maneira de se começar o dia. Acompanhado de um chá de Camomila,forte,e bem doce. Torradas salgadas e bons e belos gatos aos seus pés. Duas frases que cabiam em seus olhos e mãos,mas,não cabiam mais na sua emoção. Confundia Margarita por Paixão,Confundia Terra com Ilusão. Mal sabia o que se passava no seu coração. Mas,possuía uma certeza,daquelas bem certamente corretas: Estava apaixonada. (Ou não)
Pensava naquela distância como algo bom,algo que poderia soar como 'impossibilidade','sonho',enfim Ilusão.



No auge dos seus 24 anos,Laura apaixonou-se perdidamente pelas Letras. Lia tudo que via pela frente,inclusive dava significados e sentimentos para palavras soltas ditas por um alguem distante.
Morava na capital pernambucana,mas,ao contrário do que se pensa,ela era branca,com cabelos finos e de uma sensibilidade incrível. Nada de modos rudes,nada de comer palma,ou qualquer alimento de animal do Sertão. Lembro-me de uma vez que ela estava na janela com um vestido de chita amarelo,com flores tão pequenas pretinhas,como seus olhos. Seus cabelos dourados que davam voltas como os seus pensamentos,ora bem enrolados,ora somente girando. Suas mãos delicadas encostadas no 'batente' da janela,sorriam com seus dedos longos e delicados,suas unhas desenhavam quadrados harmoniosos com aquela linda pele bege que faziam-me sussurrar seu nome de noite,tentando inconscientemente tê-la em meus braços para ouvir aquelas palavras que eu não entendia nada,falava em espanhol,portunhol,não sei que diabos ela dizia,mas,mexia bastante comigo. Eu brechava-lhe todos os dias. Queria saber o que comia,como se trocava,o que vestiria para trabalhar,onde iria depois do trabalho e o que escreveria naquele grande caderno com folhas amareladas,não sei se do tempo ou da moda.



Depois que ela tomava o chá matinal com torradas,supostamente tomava café,uma vez que eu sentia o aroma daquele café feito na hora,com amor. Suas palavras chegavam até mim num grito de apelo 'Acorda,vem contar minha estória'.E eu logo obedecia. Abria a janela que dava de frente para o seu quarto,mas,só tive a chance de vê-la do jeito que eu sempre quis uma única vez. Mas,antes,quero dizer como era belo até o seu quarto,a cortina era de Tule branco,com um fino véu verde-água,dava para ver o seu corpo bege espumando alegrias,ou tristezas...Lembro-me que ela cantava suavemente algo que falava sobre Ventana. "Abro la ventana y  entra la luz con el viento"  essas palavras ficaram fincadas no meu coração,nem sei o que significam,só sei falar do meu sertão,e daquelas magricelas ou muito gordas amigas que tive,e nenhuma com tão espetacular beleza desta. Laura....Laura!
Psiu... Vou até a janela,ver se ela ainda está ali. Ela costuma gravar-se falando e cantando,faz entrevistas consigo mesma,conta como foi seu dia e adoro ouvi-la. Ainda escreverei sobre ela para todo o mundo saber como ela é bela. Lembrei-me dos seus traços...Ai ,Laura. Sua boca rosa,tão carnudinha,que chama-me para beija-la levemente e docilmente,seu nariz pequeno,um tanto negróides,mas,fino e delicado,algo inexplicável;seus olhos de lanterna-negra que iluminam todo e qualquer ambiente. Ela ainda não está no quarto,mas,sinto o seu perfume dentro de minha mente. Deve estar tomando banho,pegando naqueles braços bronzeados pelo sol do meio-dia,descendo e enrolando-se nos seus seios grandes,descendo para sua barriga límpida...Suas pernas fortes e longas. Ô Laura!Ai Laurinha!Se eu ti visse como naquele dia...Nuinha,nuinha...Gravando algo que no fim dizias:'Lo que me gusta de tu lengua es la palabra.E saía de mim um :'Sim,sim,eu também',sem nem saber o que falavas...Será que ainda se casas?Tão miudinha,tão perfeitinha,seu cheiro incensava minhas tardes,hoje incensa todo meu dia,cada dia mais entrego-me aos teus passos,aos teus olhos que nem conseguem me ver,as tuas lindas pernas,aos teus seios que palpitam amor à outros sortudos,que não eu.



Trocou de roupa,um vestido verde,encheu seus cabelos de flores,mas,não as vejo,só sinto seu cheiro. Vagarosamente tentarei simular um encontro casual com ela. Nem me olha,sai com uma bolsa de palha na mão,não sei no que ela trabalha,mas,sempre sai e volta nas mesmas horas. Um dia ainda tomo coragem e sigo-a .Não consigo imagina-la com algum homem,nem em meus sonhos tenho-a,nem em beijos ,nem em palavras,em nada,só vejo-a distante,aquela boca dourada,com a pele rosa e os cabelos lanterna negra,e os olhos bege!Quanta confusão,foram os seus cachos que passaram por aqui,não em vão.



Agora,infelizmente tenho que trabalhar. Sou um imbecil funcionário público,mas,sempre tenho tempo para prosear com os animais que crio,tenho muitos cachorros,respiro-os,antes mais,só que agora minha prioridade é a Laura. Formosa Laura. Pupila Laura!Trocarei de roupa,pego logo mais,são 10 horas da manhã. Tentarei tomar coragem e amanhã seguir essa bonita garota. Sim,Garota,tenho 36 anos. Mas,juro que não pareço ter tal idade. Sempre trabalhei ,mesmo sendo de família rica. Sou Souto Maior,cresci e mas não me criei na Rua da Aurora,antes não tão violenta,mas,sempre linda e clara. Fui para o Sertão,meu pai queria ser prefeito de alguma cidade,para roubar,de fato. Só sei Francês,tenho que aprender espanhol rapidamente,preciso falar com aquela senhorita misteriosa,chama-la de querida e tentar jantar com ela. Quem sabe me casar,tendo em vista que nunca me casei,nem sei o que são filhos,mães,só sei o que é sofrimento,de ver meus dias aqui passando roendo-me de vontade de ter Laura. Visto-me agora,todo de linho,o trabalho exige.Escrivão.Conto as histórias de outrem,mas,quase nunca as minhas,mas,eu bem digo aos meus cachorros que um dia escreverei minha vida,eis que aqui faço-a. É meu dever,de virgem apaixonado. Magreza e inteligencia sempre me atrapalharam com as mulheres,isso é fato,mas,lembro-me de Joana,uma putinha da época,queria-me de qualquer jeito,mas,era tão tímido e idiota que não a quis. Ainda bem que não quis,imagina só..Algo(ela) me impediria de ver tão formosura que vejo hoje,com certeza ela não gostaria de morar na cidade na Rua da Aurora,havia de querer um palácio como o que eu morava em Serra Talhada. Maldita Terra de olhos azuis e verdes. Levei comigo tantos olhos verdes,mas,não os possuo. Olhos azuis como o que dizem ser o céu,mal tenho boca e olhos,de tão pequenos. Queria ter aqueles traços negróides,aquele balanço que só ela tem...Laura!

Laura deveria se chamar Ângela,mas,não chama-se assim porque seu corpo é chama. Hoje ficarei na frente de casa,quero falar com ela. Tenho que ter coragem!



Não agüento mais,faltam duas horas para ir para casa,pedirei para ir mais cedo,invento que estou doente,que não me sinto bem...Quero me preparar para vê-la,chama-la para tomar um café,pedir aquele cheiroso café para ela,preciso dela!
Não..Mas..Antes disso,me matricularei em um curso de espanhol. Um intensivo,não sei. Pago quanto for.



Passei em casa,busquei meu talão de cheques,coloquei comida para os cachorros, dei ordens à Maria,uma negra amiga da família,na verdade bisneta da nossa ex-escrava. Mandei separar uma roupa que ela achasse-me bonito nesta,pedi para preparar um banho e fazer um jantar muito especial,aquele jantar que a sua mãe fazia,quando empregada em Serra Talhada na casa de meus pais.Fui ao centro da cidade em uma escola de idiomas,me matriculei. Quinhentos e oitenta e quatro reais sem material incluso. Tudo Por Laura. Antes de voltar para casa fui para o posto de gasolina,encher finalmente o tanque e lá mesmo comprei um ramalhete de flores do campo,seria melhor do que dar rosas vermelhas,não tinha tanta confiança e cara de pau assim.
Fui para casa,deite-me na banheira,pétalas de flores,sachês,incensos. Maria sabia bem como me agradar,pensei até em aumentar seu salário. Passei um tempo pensando em como iria falar com aquela formosa. Mas,embriaguei-me no vinho branco que estava acá. Maria com seus 28 anos,veio trazer-me a toalha,aquela negra pegou-me em maior intimidade comigo mesmo,estava alucinado sonhando acordado com Laura,meu rosto notavelmente estava em transe. Maria,aquela mulata em que nunca reparei mesmo estando comigo sempre e desde que me entendo por gente,estava ali,observando-me,falou baixinho meu nome:Seu Gustavo,o jantar está pronto. Abri os olhos,mas,vi Laura. O êxtase me levou a dizer: Lo que me gusta de tu lengua es la palabra.Maria riu-se de mim,virou as costas,com aquele lindo e nunca dantes visto rabo!Que negra,que mulata!Corri em direção ao corredor dos quartos,de toalha,chamei-a. Ela veio com um gingado nunca dantes percebido,apertei-lhe os seios contra os meios,levei-a até a banheira,fiz-me enfim homem. Que negra maldita!Eu guardei-me para o amor,não para os prazeres malignos negróides!
Pedi para que me deixasse sozinho,a negra pulava de alegria,maldita. Não sentia nada com ela,só via Laura. Ô Laura,que farei agora com as flores que comprei para ti?Já estais dentro de casa,já passou da hora de ver-te. Oito horas da noite.
Chamar-te-ei mesmo assim. Vesti aquela roupa separada pela Maria,Maldita nordestina-africana,e fui bater palmas na porta de Laura. Ela abriu surpresa,e demorou para abrir a porta,pensei em sumir dali,mas,continuei.
-Bonjour,Madame....
-Hola...pero..puede hablar en español,sí?
-Não entendo,posso falar em português?
-Ah,pensei que não soubesse falar em português. Nesse lugar parece que todos os de olhos azuis falam francês!E português parece que só quem fala são os Luso daqui.
-Não bela senhora,nasci aqui,nesse belo lugar,sou filho de português com uma Holandesa. E você,que linhagens?
-Não tenho linhagens tão puras quanto a tua,mas,antes,te digo que sempre tive vontade de falar contigo,sempre que ia na janela estavas lá. Entra para tomar um café.
Nem precisou eu dizer mais nada,que Laurinha mais simpática. Que bonita minha Laura!Aquele vestido rosa,com um decote maravilhoso,aqueles cachos brilhantes e seus dentes tão pálidos!
Entrei e perguntei-lhe na cozinha quais então suas linhagens.
- Sou filha de pernambucanos,nasci aqui aqui mesmo.Minha mãe tem descendentes de Serra Talhada,talvez portugueses,e meu pai é um filho de negro com uma índia.
-Por isso então tens uma cor tão linda e brasileira!
Não pude evitar de dizer-lhe.
Ela riu com uma formosura melhor do que já vi antes.E deu-me o café.
Depois de horas falando bobagens,contando minhas paixões por caẽs,que era escrivão,que nunca me casei e tantas outras coisas ,chamei-a até minha casa,para jantarmos. Maria nos serviu pessimamente,negra burróide,só serviu até o dia que era um ser assexuado para mim e para ela.Não esquentou a comida,fiquei até com um pouco de vergonha,mas,Laura disse-me que já havia jantando e só veio por educação e para continuarmos nossa conversa,segundo ela 'emocionante'.Depois de mais conversas,agora sobre a sua vida,descobri que ela era Radialista e por isso que gravava-se tanto falando,era para aperfeiçoar sua voz e tentar de certa maneira quebrar um pouco o seu forte sotaque boliviano. Contou-me que passou 5 anos morando lá. Nunca casou-se,nem tem filhos,seus pais são separados,sua mãe trabalha no interior como...



- Calma,ela é secretária de do Prefeito de Serra talhada?
-Sim,trabalha faz tempo com ele.
-É o meu conhecido.



Rimos juntos,nunca pensei que fossemos tão próximos assim. E nem sabia o que vinha pela frente. Perguntei-lhe seu sobrenome.
Disse-me: Meu nome é Laura Lima.
- O nome completo?
-Sim,não tenho pai no papel.
-Sua mãe não contou-te nada?
-Bom,sou filha de um parente desse prefeito,mas,não me lembro bem quem é. Mas,lembro-me o nome:Caetano Cavalcanti.
Martelou-se na minha cabeça o nome daquele mal-feitor,meu 'querido' tio. Maldição,ela era prima,embora de segundo grau,prima.
-Que houve?Silencio total!Vai me dizer que é seu pai?
-Não,não...Mas,creio já ter ouvido o nome desse sujeito.



Ela olhou a hora e pediu-me licença,pois teria que trabalhar mais cedo naquele outro dia.



Me decepcionei,que dia!
Encontrei-a diversas vezes,ficamos amigos.
Dançamos várias vezes juntos ,fomos ao teatro,cinema,apresentações ao ar livre.Bastante íntimos.



Aprendi espanhol em 6 meses,mas,obvio,só sabia o básico.
Cheguei para Laura um dia e disse-lhe:-  Lo que me gusta de tu cuerpo es la boca...Lo que me gusta de tu boca es la lengua...Lo que me gusta de tu lengua es la palabra,hermosa....
-Alfredo!Que felicidade ouvir-te dizer isso!
Meu coração não controlou-se,beijei-a ardentemente.
-Não!Não!
-Não?
-Não,Alfredo,falava da poesia em si. Mas,já que me beijas tão apaixonadamente...
Continuamos.
Namoramos por anos e anos,casamos.
Um dia ,com peso na consciência de ter duas esposas(Maria e Ela) deixei-lhe um bilhete com um 'tom' de culpa-la sobre tudo que houve entre nós escrevi:
Fui una letra de tango para tu indiferente melodía palabras de Júlio Cortazar,PRIMA!



Sempre indiferente,depois que nos casamos e não conseguíamos ter filhos,cansei de viver de ilusões de tê-la grávida. Enfim,casei-me com outra negra,tive um filho,negro. Matei-me quando este nasceu.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2009


Põe dois copos na mesa de madeira.Vem com uma garrafa de vidro que parece mais um jarro de flores do que uma garrafa,aponta para os copos e coloca um suco muito vermelho e gelado;acerola.Ela ainda não entende por que causa ou consequencia,ou até imaginação colocou dois copos.Sempre gostou de coisas em par.Tênis,gatos,luvas,olhos,filmes,casais,copo e garrafa.Sentou-se com seu vestido roxo de bolinhas brancas e tentou pensar no que escrever para um determinado Artigo que deveria ser entregue naquela próxima manhã.O telefone toca,levanta-se rapidamente e vai até o insistente som de 'cricri'.Antes fosse um animal,mas,era mais um daqueles chatos telefonemas que não são pra ninguém.Por conta disso voltou-se para o grande janelão que deste dava para observar toda a vizinhança.Dali observava-se diversos tipos de gente,Maria Vagabunda à Clarinha, santa como a virgem!Descansa seus olhos mirando ao longe uma grande árvore muito verde com pequenas flores em forma de linhas muito róseas.Respira fundo e tenta sentir mais perto,tenta sentir o seu cheiro,o seu gosto é de infância e amor,isso já ficou-lhe claro.Passou grande parte de sua manhã tentando descobrir o aroma que aquela cor despertava de tão longe,po rmais que não fosse fruta,sua mente teimava em reproduzir aquelas linhas rosas como frutas.Cansou-se de ficar em pé por tanto tempo,voltou para a mesa e tomou o restante do seu suco e percebeu aquele copo alí,tão vazio e ao mesmo tempo tão cheio.

Ahhh...Se houvessem alguem para toma-lo!Pensou alto.
Mas,não havia.Sua vida era do janelão para à mesa,da mesa para a cama,da cama para os papeis,dos papeis para os jornais,dos jornais para...Vidinha ciclica.

Pensou em possibilidades de encontrar pessoas e se distrair um pouco,estava muito cansada de ver as mesmas pessoas,aqueles mesmos pensamentos,preconceitos e vaidades.Não,chega.Aquilo já bastava.

Pegou uma bolsa ecológica com uma árvore estampada na frente com aquelas mesmas linhas róseas que havia naquela que habitava em seus pensamentos e olhos,colocou nesta bolsa as chaves do seu bugre,pegou uma pequena sacola ,pegou alguns remédios,pegou um pequeno depósito de vidro e colocou grão de bico,salada ,arroz e soja.Pegou outro depósito e colocou um sanduiche de queijo,encheu duas garrafas de água cada uma de um litro e colocou mais uma garrafa de 500 ml de suco de acerola,ainda muito gelado.Separou alguns papéis e um gravador pequeno junto com sua caneta predileta,aquela de escrita fina,mas,com uma cor forte,em gel.Pegou cartões de crédito,algum dinheiro guardado e uma mala contendo suas roupas preferidas.
Estava decidida:Iria em busca da sua felicidade.

Desceu na pequena escada e deu um 'olá' aos outros inquilinos,deu alguns afagos aos gatos,como se despedisse deles,mas,não estava,ao menos não queria e pensava ainda em voltar naquele dia.A escada apesar de ser pequena abrigava algumas caqueiras de samambaias,os degraus era de mármore branco ,as paredes amarelas cor de gema.Na sala central havia um enorme espelho que refletia toda a energia daquela gente.Gente brasileira e gente africana.Gente irmã.Gente gentil e amorosa.Mas,aquilo era rotina,não se aguentava mais.

Sorriu enquanto dava cada passo em direção à pequena saída que dava para a garagem.Seus passos eram marcados pela delicadeza e firmeza de seus pés,pequenos e gulosos por mais e mais passos.O balançar de suas pernas acompanhavam o balançar do seu coração,lento,mas,com bastante volúpia.Seu vestido no meio da coxa,mostrando aquela cor ''mel-esbranquiçada",cor brasileira,nordestina,gostosa de se ver.Cabelos soltos,fios mais claros,seus olhos no horizonte.

Pegou a chave do carro e pisou fundo.Nem queria se lembrar do Artigo que teria que produzir,nem se lembrava mais do que deveria falar.Seu pequeno mundinho foi deixado para tras.Foi ao Marco Zero do Recife,não sabia se sentava em Saturno,na Lua ou em qualquer outro canto dali.Resolveu rodor até se sentir tonta o suficiente para cair sentada em algum daqueles.E terminou na Lua.E ficou lá,sentindo a brisa e o balançar dos seus cabelos que acompanhavam freneticamente o ritmo do poluído que ali havia.Mas,não lhe incomodava naquele instante o cheiro,só conseguia imaginar o cheiro que supostamente teria aquelas 'linhas róseas" daquela árvore perto de sua casa.Estava ali para pensar,o sol das 13 horas nem chegava a incomodar,não sentia-se em seu corpo,sentia-se livre.Naquela liberdade gostosa que só o bem-te-vi conhece!Dramaticamente pegou o gravador e começou a falar palavras soltas: Vida.Caos.Obrigações.Água.Mar.Bolívia.Paulo.Integral.Salário.Documentos.Ar puro.Sustentação.Mães.Pais.País.Educação.Penhoramento.Aprimoramento.Ilusão de uam vida perdida entre a razão.Nem sentia mais.Não me lembrava o que era emoção,eis que estou aqui,Na lua ,com um sol de quase sertão,eis que agora sinto,mas,não sei que horas são.Só sei que brilha,pulsa o sangue do meu coração.E eis que um dia isso foi brega,hoje poesia,outrora deveras ser autonomia.Viva o dia em que vi aquelas verdes e róseas na harmonia.Lembrei-me do que eu sempre queria em tempos remotos.
Eu queria..Queria...Queria um par de harmonia.Com cores de folia,que nem a Mangueira,com amor e alegria,com açúcar e com afeto.Descobri que no Recife meu eu é poético!

Desligou.
Suas palavras eram densamente carregadas e cada uma delas praticava o exilio para diversos lugares diferentes.Exitou se poderia usar aquilo para trabalho,mas,aquilo era emoção.Nunca ouviu dizer que trabalho e emoção andavam juntos.Não tinha prazer naquilo que fazia.

Jazia em terreno  Boliviano sua querida Mãe.Precisava sentir algo seu mais próximo,mas,antes ainda pensava em ver aquela bela árvore que dava para  ver do janelão da pensão.Numa atitude sem pensar correu até o carro que havia estacionado no 'Azulzinho' por 5 reais.Correu desesperadamente para o aeroporto,nem sabia pra que iria alí.Mas,coincidentemente achou por perto uma árvore daquelas,verde com rosa.Tirou diversas fotos com o seu celular.Gravou a brisa tocando aquelas folhas junto com o barulho que fazia os aviões.Admirava-os de longe,pensava se poderia viajar naquela hora mesmo.Mas,pensou no seu carro e nos afazeres que tinha ainda por hoje.Foi até o carro e pegou o depósito que continha seu almoço.Enquanto almoçava escutava o que havia gravado até agora,sentia-se bem,mesmo ouvindo antigos problemas que estavam agregados naquelas palavras que juntam resultavam em frase,que para outros poderia não haver sentido,mas,para ela...

Um cara com andar folgado,mas,tímido,com mãos nos bolsos e tristeza no olhar e ao mesmo tempo esperança aproximou-se do carro dela; perguntou-lhe se ela era Júlia Bertouline ,ela assustada disse que era sim.Ele perguntou se poderia sentar-se ali no carro dela para conversar.Ela estranhou,largou seu almoço e resolveu tentar entende ro que estava ali acontecendo e perguntou-lhe finalmente quem ele era. E ele,com um bom sotaque que lhe soava como chuva tão esperada no sertão,sentia-o como se sentisse a brisa que a chuva trazia consigo,as mãos daquele pareciam gotículas de chuva em seus cabelos.Ele dizia-lhe quem era e ela lembrava-se daquele velho amor que havia sentido no colegial por tal rapaz.Mas,antes do romantismo lembrou-se das humilhações e restrições que havia passado,mergulhou em um balde de mágoas e ali ficou sentindo aquele cheiro que logo transformou-se em lama,em bosta,em mangue.Afundou de cabeça em seus pensamentos infantis e chamou-o para ir até a sua casa.No caminho para sua casa,em alta velocidade encontrou uma daquelas belas árvores.Sem dizer nada para aquele rapaz que ficara calado o tempo todo buscando amores apenas em olhares ,Júlia sentou-se perto daquela árvore ,pegou o gravador e gritou:Estou livre!
O cara achava graça de tudo,pobre moço.Pensava que trocaria cartas de amor,beijos e poesias com aquela que outrora ele havia conhecido.Júlia com um ar maligno andou em alta velocidade até a proxima árvore daquela,que dava para ver no seu janelão,Foi de frente,fundo,sem dó nem piedade.Bateu e capotou mais de 5 vezes,cairam no canal.Morreu com seu amor,morreu com sua flor,morreu enfim....Com a sua dor.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Carnaval de 1982


Cansada.Em silêncio gritava.'Esperniava'.Não sonhava nem tinha pesadelos.Aquilo estava acontecendo.Queixo tremendo,febre leve.Com suas pernas juntas,com um blusão apenas,que cobria-lhe a alvura das coxas,com olhos d'água,boca seca,sangue na fronha.Cobria-se toda,com lençóis coloridos,nada de acordo com aquele triste momento.Seus cabelos molhados exalavam um cheiro jovial naquele ambiente 'cor de abacaxi dourado',sua pele transpirava morte.Até pensou que poderia ali mesmo matar a sua própria cabeça.Mas,passava-lhe diversas coisas na cabeça e não conseguia pensar em uma só apenas.Uma interessante.Pensava que iria ficar ali por um longo período. Mas,a fome venceu.Levantou-se daquela cama verde,fixou os olhos na janela da frente,via tudo,mas,não via nada.O sol estava forte,ainda.Chorava.Cansada.


Não,ninguém morreu.Ninguém deu "o toco" nela,ninguém meteu-se em sua vida.Nem pode-se dizer que é coisa de adolescente. Pode-se dizer que é coisa de gente sensível ,que sente.Que ama.Mesmo que seja supérfluo o que naquele momento ela tanto amava.Ela mal deixa-me dizer o que aconteceu,manda-me silenciar.Não sei se devo obedecer,mas,a questão não é essa,leitor,a questão é o por que causa essa adolescente chorava ilimitadamente por horas!

Mas,levantou-se e foi para a janela ,como já havia sido dito Foi até o telefone,ligou para todos as funerárias da Av.Caxangá,outro dia raiou. Ao menos viu que morrer valia muito!Se deu uma chance. Raspou seus longos cabelos castanho-claro,colocou um óculos escuro enorme na cara ,vestiu uma calça xadrez verde com cinza e preto,uma camisa preta,sapatos de algodão cru e pegou sua bolsa preferida,com detalhes verdes .Pegou um ônibus na Rua Cônego Barata,rua fresca,cheia de carros do ano,clichês. Nordestinos com cara de abusados. Todos olhavam aquela menina careca. Sem entender!

-Como?

-O que é aquilo?

-É uma mulher?

Todos se perguntavam.

E ela na mente resmungava o quanto era corajosa e o quanto aquelas pessoas eram quadradas. Estava 'emburrada'

Enfim,seu ônibus chegou. Parou no terminal,foi parar no morro da Conceição,êtá!Isso é Recife,isso são as vísceras de uma sociedade!Vamos,adentra!
Encontrou deslizes e até tentou comparar com os seus,mas,nem quis pensar tanto.
Menino nu,menina safadinha,criança chorando,criança tomando água do esgoto,casas sem cores,cinzentas,quando não eram de papel,sim,de papel. Adultos com caras de desgosto,outros com cara de mistério,mas,ninguém olhava para ela Achou aquilo um tanto inusitado,afinal,ela parecia classe média em meio aquelas pessoas .Mas,eles pensavam mesmo é que ela estava em busca de drogas. Mas,,ela não estava. Ou estava? Foi até a casa daquela velhinha,a penúltima casa da rua 5.Uma casa de barro,mas,que em cima estava lá a antena parabólica!A velhinha já avistou aquela careca e pensou:Creio em Deus Pai!Vixii Maria!Que djabos Margarida fez na cabeça!!!!!!!

Margarida deu um beijo em sua avó e esta com todo o amor materno que possuía,também,canceriana... Abraçou sua querida neta e perguntou-lhe o que havia acontecido,mas,ela era só soluços.

Pegou algumas roupas da velha senhora e disse:Vamos sair daqui!

Margarida estava se separando. - Pensou Dona Olívia.

E desligaram-se do mundo e foram saindo daquela podridão,daquela pobreza,Margarida enfim Tirou Dona Olívia dalí.Foram saindo daquela favela e mandaram-se num táxi. Mandaram-se para rodoviária,lá estava Dona Margarete,Mãe de Margarida para as três curtirem a vida de solteira nas ladeiras de Olinda.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Logo de manhã.


Todo o dia acorda-se às sete horas da manhã,escorrega seus olhos por um retângulo cor de goiaba,lança olhares para uns sete ou oito gatos que acordam-a com risos nos olhos.Anda para a penteadeira e penteia os cabelos com os dedos,olha o computador, preto com prata.Organiza as idéias.Vai até a cozinha,prepara o que é de costume logo cedo:Café.Forte.Com açúcar Mascavo.
Prepara torradas,com o pensamento no dia que vem pela frente,tenso,mas,leve;pega a geléia de uva,põe nas torradas e vai até à janela.Depara-se com um tremendo céu azul,com grandes e espaçosas nuvens,um sol pouco quente,pouco frio,aquela brisa que lembra as praias do Recife.Mas,algo está errado nessa paisagem:Os prédios.
A cada dia nascem mais prédios, e cada um que nasce são algumas árvores mortas.Mas,não pensaremos nisso agora.
Depois de comer,vai até o banheiro,toma banho,troca de roupa. São sete e meia.
Corre por entre seus dedos várias páginas,amarelas,azuis,rosas....Eis que bate o vento em seu rosto e lembra-se: Ainda é cedo.
E vai andando a pé,olhando criteriosamente todas as pessoas,de diversas características étnicas,é meu caro,estamos no Brasil.E além de analisar pessoas,analisa paisagens.Passa por diversas árvores de mais de 100 anos,anda por museus,ferro de outros séculos, vindos da França.Sorri,os carros por aqui nem incomodam,são lindos juntos,mesmo mostrando ainda mais a desigualdade social aqui presente.Anda rápido,imagina que já seja tarde,e deixa de analisar tanto as pessoas; analisa os lugares,cheio de verde,atravessa uma ponte,terra do mangue.Os Homens caranguejos já estavam ali desde as quatro da manhã,buscando seu sustento,matando outros animais por asfixia.Naturalmente,ele está com fome.Sobrevivência.Deixe-o.O manguezal grita para ser visto,em meio a sujeira ele está ali,vivo,limpo e sorridente.Gritando para não nos esquecermos que ele está ali. E passa a ponte,olhando o manguezal,vagarosamente... Que até quase é "atropelada" por um homem barbudo de óculos que estava na bicicleta,cinzenta igual aos seus cabelos.Passa a ponte,encontra uma enorme Praça.Não a principal da cidade,mas,fica no coração de um dos centros.Nesta há diversas estátuas ,muita história,foi construída em 1935,creio eu.Atualmente é considerada um jardim histórico.E no mais,sua beleza só pode ser retratada com os próprios olhos!
E vai,depois de uma "distração" dessas para seus afazeres.
Ainda encantada com tanta beleza,vai na esquina e como é de praxe, " Bom Dia! O de sempre" e recebe em troca de seu dinheiro bombons de canela.E segue,ainda feliz.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Finados.
Estamos no fim.
Fim do quê?
Fim do Nada.

Fim do olho por olho,dente por dente?
Não ,que nada!
Estamos no fim das palavras.
Dos sentimentos.
E quase no fim ...dos argumentos.

Estou no fim da vida,no fim dos dias,estou velha,minhas pernas doem.
Ninguém entende isso,mas,hão de entender quando chegar aos 75 anos.
Sempre vivi 'só do mundo'.E sempre vivi, e ainda vivo, muito bem acompanhada:Comigo mesma.Levo-me para todos lugares e não preciso de ninguém.Escrevo a hora que tenho vontade,durmo na hora que quero,grito na hora que bem entender para espantar os males.
E é isso,eu não morri.Vocês é que morreram.

Vocês morrem a cada minuto que finge ser uma coisa que não é;
A cada minuto que dá um sorriso e por dentro mordem-se de raiva de tal pessoa,de tal maneira...
E morrem quando descansam suas cabeças imundas cheias de gordura animal com essência de qualquer cheiro forte que estiver 'na moda' e percebem que aquele dia não valeu de nada,ou nem percebem,são tão alienados em seus próprios mundos de mentiras....E a consciência muitas vezes..Pesa.E dói.E chora,incomoda.

E enfim,vou.
Vou dessa para outra melhor,Curtirei meus dias,meus últimos dias de vida,dias ou anos..Não sei.A dor nas costas e nas pernas é grande,mas,a dor na consciência?É zero.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Baforadas de incenso



Acendeu o incenso.
Aquela tarde não era uma tarde qualquer.
Algo estava para acontecer.
Trocou de roupa como se fosse sábado,deitou-se e chorou como se escutasse Fagner;
Tudo estava leve,mas,ao mesmo tempo pesado.
Não sabia se escutava a música ou a sua mente.
Não sabia se penteava-se ou chorava.

Acendeu outro incenso.
Ligou a TV.
Respirou fundo.
Foi à cozinha.
Fez café.

'O trem se foi na noite sem estrelas.
E o dia vem,nem eu,nem trem ,nem ela.'
Trocou de roupa,viveu o dia que possuía.Ainda.
Acendeu o Fósforo,deixou-o queimar quase até o fim,não por conta de querer,mas,via sua vida n'quela chama.

Pegou uma caixa de surpresas;
Nem ela sabia o que ali habitava.
'Nem eu,nem trem,nem ela.'
Foi longe.
Tão longe que não sabia onde estava.
Debruçou-se em livros;
Tomou remédios;
Fez poemas;
Fez fotos;
Fez curtas;
Fez livros;
Morreu.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Ela faz cinema,ela faz,ela é a tal.


''Não.

Não aguento mais tanta água!

Não,eu não quero tomar mais banho.

Não,eu não quero mais enxaguar-me nessa água.


Me.

Me coloque fora disso!

Me?

A minha pessoa!

Não,eu não quero mais pensar nessa água.

Vai,pega a toalha aí.


Enxuga-me as lágrimas!

Vai,anda logo,estou  necrozando !

Puxa-me os cabelos,me leva para um lugar verde.


Júlia ''



Assustei-me quando li esse ''bilhete poema'' de minha querida filha de 45 anos,não entendia como;por que causa ou consequência ela se comportava assim,ela nunca foi mimada,nunca!Sempre foi forte,claro,teve seus momentos de choro,de fraqueza;mas,sempre no outro dia,como quem diz na mesma hora ,quase,estava ela sempre bem.Introspectiva,mas,bem consigo.
Liguei para seu ex-marido,não atendeu. Liguei para minha Neta,mas,ela não sabia o que havia acontecido.

Conheço minha filha,quando ela pede um lugar verde,as coisas não andam funcionando bem.
Até que o telefone tocou ,e eu já tinha lido e relido inúmeras vezes esse bilhete,tentando "captar" o que minha querida estava sentindo.Era ela,sua voz tremula,mas,forte como uma pedra de milhões de anos atrás,fortificada com brasas.
Falava-me que perdeu a razão,que perdeu a paixão,que perdeu o amor.

Senti que estava mentindo.
Respirei fundo,pedi-lhe que me falasse a verdade.
E ela,percebendo que não enganaria-me disse:
- Mamãe,cansei de ser durona.

Houve um silencio absoluto,a ligação acabou.
Sabia que Júlia voltaria a ligar ou chegaria em nossa casa a qualquer instante.
Júlia pensava que sua mãe não entenderia,não merecia escutar o que ela tinha pra dizer,e nem mesmo ela sabia o que tinha para dizer.Ela estava tonta,mas,tinha que parecer muito bem,tinha que terminar de gravar seu curta.

A mãe de Júlia esperou-a,esperou-a,mas,cansou-se de esperar.Ligou.
Júlia não atendeu e sua mãe pensou que estivesse acontecendo realmente alguma coisa;
Dona Leopoldina não aguentou a demora da filha e saiu com seu fusca amarelo até o estúdio onde a filha estaria.Mas,não achou-a.Foi até uma praça perto,onde tinha verde.Achou sua filha;estava gravando.Esperou-a,reparando a roupa que sua filha estava vestida; uma calça jeens com aparência de suja de cor azul clara,com uma blusa preta,mochila no chão,máquina na mão.Olhou firmemente a atriz que dizia na hora:Eu quero que leve-me para um lugar verde.
Leopoldina não estava entendendo mais nada,mas,sua filha tinha arrumado uma cilada,aquele bilhete era apenas uma inspiração,aquele telefonema estava sendo gravado,Júlia queria tudo muito real.E quem dublaria a atriz ,era ela. Sua mãe soube disso horas depois.






E gravaram juntas a música de Chico Buarque,Leopoldina,claro,com olhos chorosos:
Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual
Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz
Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coração
e quando o meu coração
Se inflama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim.

Quando os loucos falam o futuro

Mal acordara,cachorro latia,gato miava,tartaruga andava,coelho corria,criança chorava.Eram quatro horas da matina,vestia um longo vestido branco,com fios pintados de prata,seus pés descalços naquela grama gelada,estava em seu quintal.Seus olhos ainda mal conseguiam abrir;o sol batia forte onde ela estava,mais tão forte que seus olhos castanhos ficavam quase verdes.
Foi em direção à porta da frente,mas,antes que chegaste a esta uma vizinha nova chegou para falar com aquela moça dos cabelos cacheados,um pouco dourados,com ar de quem acordou a pouco.Pedia-lhe que fosse ver seu filho.A moça era morena,estava vestindo um vestido estampado,de chita,com sandálias de couro,cabelos muito liso e muito pretos,chamava-se Luiza.
Carolina foi até esta, ver aquele menino febril,atou seus cabelos cacheados com um pedaço de madeira que achou no chão.Preparou chá de camomila para a criança doente.

Enquanto a criança febril tomava o chá,Carolina fazia-lhe perguntas;sobre colégio,sobre a mãe,sobre seus outros irmãos.Até que a criança,que mal abrira os olhos adormeceu novamente.Mas,ocorria algo estranho,Carolina conseguia penetrar nos sonhos e encantos daquela criança.Ela via por cima dos olhos desta o que passava-se em seu mais íntimo.Ela acreditou ser apenas algo normal,apenas via algo estranho,poderia ser a vista,até por conta do que ela estava vendo:Listras negras e laranjas,que circulavam entre si e navegavam para um buraco negro e voltavam.Mas,logo depois,ela viu-se naquele menino;o buraco negro que antes existia,sumiu,emcima dos olhos do garoto,ela via-se dançando com alguém,rindo.Com medo do que estava vendo,correu e deixou o menino sozinho.Foi para sua casa,não aguentou ver aquilo.

Saiu correndo naquela grama gelada,o sol já aparecia fortemente,não aguentou ficar em casa,não sabia o que estava acontecendo,não sabia o porque de ter visto aquilo.Pegou seu cavalo,montou de vestido mesmo,foi até uma velha amiga,que diziam ser louca.

Encontrou depois de meia hora a casa da tão desejada amiga Francisca,que estava numa cadeira de balanço branca,arrudiada de plantas,de flores,de pássaros e dormindo ao seus pés,um gato grande e gordo amarelo.Vestia uma roupa negra,que não tirava para nada com uma sapatilha de bolinhas coloridas.
Carolina deixou seu cavalo preso na palmeira mais alta que havia na frente da casa de Francisca.
Francisca percebendo a movimentação e o barulho de pisadas de cavalo levantou-se e foi até aquela pessoa toda de branco,com cabelos bagunçados,ela não sabia que era Carolina,aquela filha de uma velha amiga sua.
Carolina aproximou-se e antes mesmo que Francisca falasse algo já foi dizendo o que aconteceu naquela manhã.Francisca percebendo seu nervosismo,mandou-a calar a boca e cuspiu no chão,como era de costume quando ficava nervosa também.Levou-a para um quarto e lá estava a Luiza,dormindo,chorando,esperniando. Francisca disse para Carolina:Teu destino,o menino viu. Teu destino o menino viu!
Carolina não entendia nada,até que Luiza parou.Parou de respirar,de esperniar e de chorar.Ali,parou-se a vida.
Francisca mandou Carolina retirar-se e ir até o menino.Carolina ainda muito mal,por não saber o que estava acontecendo e por ser deveras uma pessoa sensivel,foi desatando o nó da corda que prendeu seu cavalo na palmeira mais alta , subiu nele e correu até a casa de Luiza.Chegando lá,encontrou com o irmão de Luiza,que chegou para tomar conta do menino,pois,Luiza já tinha avisado que não estava bem por esses dias.Ela lembrou-se do que tinha visto,era aquele mesmo sorriso,era aquilo que ela tinha visto emcima dos olhos do menino!Pensava isso em frações de segundos; e o rapaz disse:Então és tu Carolina,a moça dos mil e um gatos vizinha de minha irmã Lu?
Ela assustada e ainda muito nervosa,até um pouco chorosa disse que sim , e resolveu levar-lo até a casa de Francisca,para mostrar-lhe Luiza,morta.
Levou-o em seu cavalo, o menino dormia.Enquanto ele dormia,passava-se no buraco negro a morte de sua mãe.E ele chorava,esperniava,mas,ninguem estava em casa.Ele não conseguia acordar.
Carolina enquanto cavalgava não falava uma só palavra, e o rapaz respeitava seu silêncio.

Chegaram.
Tudo repetia-se,nó no cavalo,maior palmeira que ali tinha.flores.pássaros.um gato.A mesma velha.

Francisca aproximou-se e disse: Vocês agora são uma família meus caros.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Turbilhão de pensamentos de um tal de Lucas.

Sempre é bom encontrar pessoas que compactuem com suas ideias,seus ideais,suas chatices,suas idiotices,enfim,que participem  ou sejam um pedaço de você.
E eis que degustando um livro de Julio Cortázar,deparo-me com algo que já havia pensado várias vezes,mas,que foi brilhantemente dito:

" Y después de hacer todo lo que hacen,se levantan,se bañan,se entalcan,se perfuman,se peinan,se visten, y aí progresivamente van volviendo a ser lo que no son"


Humanos são assim,sempre tem vergonha de mostrar o que são realmente.Oras,por que causa as pessoas não atendem a porta sem tomar banho,sem passar algo em seu rosto,sem vestir uma roupa "apresentável"...?
Tudo isso para não mostrarem o que são,o seu 'eu',o Eu que se esconde em roupas,limpeza exagerada,em palavras 'adequadas',em gestos 'adequados',um falso 'Eu' é sempre o que encontramos em cada pessoa na rua,na faculdade,nos ônibus,nas lojas,enfim,em toda cidade.
E é por isso que casamento muitas vezes não dá certo,uma coisa é o seu 'Eu' em sociedade,outra coisa é o que você é em casa,fora dos (quase) holofotes,mostrar-se quem é ,fora da sua roupa,dos seus falsos gestos,dos seu falso odor,do seu falso eu.
E nós,somos assim,essa mentira.
Resta saber se você é assim por conta de não aturar-se do jeito que é,por conta do que lhe é imposto ou por conta de querer realmente ser assim e por se sentir bem mostrando o seu verdadeiro Eu somente para você(visão egoísta) ou para os seus.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Monólogo.É sempre bom.

''Os Humanos são engraçados.
A sociedade é engraçada.
Mas,não estou afim de graça,de piadas,de subentendidos.
Quero algo real,comunicação geral.
Se você também quiser isso,fique sozinho.''

Li isso a muito tempo,era primavera de mil novecentos e oitenta e três.Foi uma jovem poeta quem disse,se lembro-me realmente o nome,só lembro-me de certo o sobrenome:Nogueira.Eu era apenas uma adolescente,com meus dezoito anos,achava que ficar sozinha era algo péssimo.Mas,não,percebo hoje que é a melhor coisa;é uma etapa muito boa para você ficar só.Tornar-se-á uma pessoa melhor,sério,jovens,pratiquem isso.Fiquem um bom tempo consigo mesmo.Hão de se conhecer e se relacionar melhor com você mesmo , e como consequencia,se entenderá melhor com os outros humanos ,ou ainda, de vez tornarem-se seguidores do seu próprio Eu.
O que seria melhor ainda.

É isso ,pessoas,sintam-se bem com vocês.Quem sabe o mundo não melhora,hein?Tudo bem,sem utopias.

Lembro-me dos meus dezoito anos,sempre tão observadora,sempre buscando imagens iguais e achando-as em pessoas diferentes!Sempre foi assim; as pessoas são sempre uma a cara das outras,digo,essas pessoas medíocres.
Que não conseguem viver sozinhas,não conseguem ficar só por mais de três horas,sentem-se triste,não conseguem tirar proveito de estar consigo ou apenas não se suportam mesmo.

Faça um teste,tente ficar sozinhos;
Pegue uma folha e uma caneta e passe com você o máximo de minutos que conseguir.
Depois dessa fase da folha e da caneta,passe horas com você,só com você,sem televisão,nem nada,somente deitado.
Pratique isso diversas vezes por dia.

Caros leitores,isso fará bem um bem danado a vocês ,sacrifique horas com você mesmo,não dedique seu tempo para determinadas pessoas.Elas não necessitam de você,você é quem necessita.Acredite,você precisa mais de você do que eles precisam!Não estou impondo algo,mas,é o que acho correcto.

Leit@r,pense bem....Você viverá por um bom tempo com você,tem que aprender a gostar,se acostumar com você,não? É o mais sensato.
A idade avança,e continuo a viver desta filosofia.Continuo praticando horas a fio comigo,as vezes converso comigo em voz baixa,e assino em baixo quando tiro mais uma pessoa inútil do meu círculo de amizades.
E quando tiro,tiro bem.E hoje,conservo 3 amigos:Eu,Meu Criador e os Gatos,que por serem todos pequeninos,juntam-se e formam um só corpo.
Que conserva o amor,a paixão,a fidelidade,a companhia,a amizade,o sorriso,a musicalidade das coisas,dentre outros mimos que guardam dentro de si.

Colegas,possuo aqueles de sempre,papéis,canetas,pessoas com que posso conseguir algo,contatos profissionais ou educacionais.
Mas,ainda considero como verdadeiros colegas as músicas,sempre te afagam e é você quem as procura.E se te ferem,no fim,sempre te afagam,com lembranças,amores passados,momentos passados,planos passados,mentiras presentes ou passadas e te tiram de ti,para entrar em ti.

E quem não gosta de sentir um toque em sua alma,pode-se dizer que não a possui.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cafénos Bons Ares ,de fundo,Chico.

Uma música lá longe se escutava,mal dava realmente para identificar quem cantava aquela bela melodia que parecia ser soprada pelos ventos.

Mas,algo nela falava para mim,eu sentia isso.Ou o meu inconsciente escutava e gritava para o meu consciente para ele esforçar-se a escutar aquela música.
Andei em direção contrária a música,com medo do que poderia descobrir,como uma covarde.Mas,aqueles Bons ares sopravam e traziam os sons produzidos lá longe até meus ouvidos.Embriagando-me em movimentos que acompanhavam a melodia,meus pés não seguiam mais o que meu cérebro ordenava;já possuia ritmo próprio,acompanhava a melodia e o meu corpo enroscava-se nas notas musicais.Quanto mais me afastava do som,mais ele corria em minha direção.
    De repente,o som calou-se.A dança ritmática virou lembranças e solidão.
Percebi que havia me afastado de mim mesma,corri em busca do meu 'eu',encontrei-o muito distante,onde supostamente havia saido toda aquela música.Encontrei-me de boca aberta, e era dalí que saia aquela melodia.
Espantei-me,obviamente porque dantes nunca tinha visto cena mais estranha.
Delicadamente fui indo mais proxima,até conseguir tocar naquela cena;assim que toquei,o espelho virou-se.Como eu podia ver minha alma?E como corri dela?
Não sei. Passei muito tempo correndo,e o silêncio tomou conta de mim,consegui chegar em um lugar onde havia muitos carros,muita gente,mas,era frio e um tanto úmido,as vezes seco,não sei direito,estava em estado de choque.
      Parei finalmente perto de um botequim,de nome "Superbarroco".Resolvi adentrar e ver o que tinha por lá,tanto pessoas quanto comes e bebes.E escuto aquela música ,que me havia tocado n'lma outrora.Sentei-me,pedi um café com chocolate e menta.Resolvi escutar aquela música até,supostamente,o seu fim.Que não houve,ou ao menos parecia não ter fim.Peguei meu casaco marron e coloquei-o na cadeira da frente.Pedi a garçonete um papel e uma caneta,prontamente ela veio com uma folha A4 Verde-musgo e uma caneta preta que parecia ter sido usada muitas vezes,mas,sua tinta continuava ,como dizem,cheia.Comecei colocando a data,por extenso: Quinze de Novembro de Dois mil e dezoito.Resolvi tentar descrever aquela melodia,me joguei em seu eletrizante arranjo.Terminei desenhando várias bolas,setas,personagens,escrevi várias vezes o meu nome,desenhei arcos,arco-iris,corações e garrafas d'agua.
        Alguém observava aquela cena,estranha cena.Alguém guardava o lugar de seu par,enquanto dançava sentada,com uma caneta na mão,um homem imaginava,olhando aquela Mulher, de brilhantes olhos castanhos,com boca rósea,pele com ar de assustada,cabelos grandes e altos,um tom loiro,que ele não identificava,mas,que encantava-o.Ele não sabia se estava em Paris ou Veneza.Não sabia,somente sonhava com aquele ser.Mas,institivamente,não conseguia aproximar-se,por conta da temida cadeira com o casaco marrom.
        Enquanto ela deliciava-se tomando seu café,percebeu que era observada.Pegou seu casaco,juntou todas as folhas que teria usado ,chamou a garçonete e pagou-lhe pelo seu atendimento e pelo café;ao menos saiu ganhando caneta e folhas.Foi andando naquela cidade,da qual,ainda não sabia-se de onde tratava-se tanta beleza.Foi ao longe,chegou a uma praça.
Tentou falar com alguém,mas,esse alguém,não era comunicável.
         Aquele Senhor,de olhos esverdeados,cabelos pretos,costeletas e roupas bege e marrom ia em sua direção,desesperado.Sabia que ela era uma das dele.
Avistou-lhe mais próxima,gritou por "Muchachita!".Eu prontamente virei-me.Havia algo,não sabia ao certo,mas,ele aproximou-se e dentro de seu bolso tirou um Mp4.Era dali  que saia a música que fazia-lhe tanto bem,que trazia-lhe tantas memórias.Sorri.Não havia o que dizer.Ele pegou-me pelo ombro,sorriu,perguntou-me o que estava fazendo por alí.Contei-lhe que havia fugido de meu lado poeta,ele sorriu e disse:Onde encontrarás tua face perdida?Estaria tua face no espelho perdido de outras poetas? Respondi-lhe que havia ficado em meu passado,que não tinha mais tempo para exercer um trabalho-lazer que fazia-me tanto bem.
            Pensei rapidamente que estava falando com um Poeta. E atropelando esse pensamento,ouvi-lhe dizer que também escrevia por prazer e que alí onde estava era um exílio de poetas que queriam fugir do mundo dos negócios e ir profundamente no seu Eu e por isso não conseguia comunicar-me com demais pessoas.Duvidei dele.Mas,fez-me tão bem,que deixei-me ir.Fui abrindo minhas gavetas,mostrando-lhes minhas produções de outrora; trocamos poesias,poemas,crônicas,contos e fizemos um conúbio de poesias,aliterações,Metáforas e Imaginação.
            Perguntei-lhe como eu conseguia me comunicar com ele e com os demais não.Respondeu-me com um sorriso forte e doce: Eu habitava em teus poemas e tu ,nos meus.
            Descobri,todos aqueles amores de que eu amei e aumentava completamente me meus poemas,eram,na verdade,dirigidos a uma pessoa que amava-me de longe.E eu amando quem estava perto.Como ele reconheceu-me?Não sei.
            Num outro dia,regido de muita poesia e café,morremos ao lermos juntos uma pequena nota no jornal,que dizia: Sé útil a alguien .


Sem perceber,os poemas e as poesias tornaram-se reais,todo aquele amor,enfim,existia.


'' Hoje o samba saiu...Procurando você...Quem ti viu,quem te vê..."

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O conúbio do Velho e do Novo,do Real e do Irreal.


Bem,começaremos novamente... Por enquanto nenhuma introdução,nenhuma razão para estar aqui,nem tão pouco tempo de estar por aqui,mas,estou.
Há vários assuntos para serem abordados,mas,sabe aquela dor de cabeça chata? Que te acompanha por mais de três dias...seguidos!? Pois bem,ela está comigo.
Não,não há razões psicológicas para tal fato,há outras.Fugirei de temas tão dolorosos.Vamos falar de outras coisas?


Tudo parece adormecido,mãos,pés,mente,gatos...
Mas,algo lateja fortemente.
São seus pulsos,avisando-lhe que está viva!
Agregando valores morais a sua mente e mãos.
Ela sente-se viva!


Vai até a cozinha,estende a mão ao vento, pega uma xícara e vai até o balcão com ela em suas mãos. Põe duas colheres de chá de açúcar mascavo,três de café.Ferve a água, enquanto esta esquenta,senta-se no chão de seu apartamento,arrudiada de gatos,deita-se após segundos e embriaguei-se pelo aroma que sai de um espirro angelical de seu gato,e preenche seus dedos com aquele velho afago entre os pêlos. E ri. Ri delicadamente do sorriso que da alma de seu gato brotou.
Esqueceu do café.Mas,ganhou um sorriso afagador,aqueles sorrisos que bastam-se por si só.
Enquanto acarinhava seu amigo de muitas e muitas felicidades e tristezas,lembrou-se da água.
Traçou um caminho reto e rapidamente aplicou àquele aroma dantes seco,a água que fez brotar um perfumoso desejo de caminhar por entre os jardins de suas memórias. E caminhou.Foi longe.
Tão longe que pegou-se indo em direção a chave de seu carro.E lá,como estátua,começou a analisar aquele tapete contorcido de linhas verdes e bege,aquele sofá colorido,de listras em tons de verde,aquelas revistas de Economia e Filosofia espalhadas perto de sua vitrola; e seus sonhos espalhados no teto.
Imaginou que aquilo fosse momento,percebeu que o café havia esfriado,foi esquenta-lo,por mais que não gostasse de café re-esquentado.Passos leves,mas,tensos guiaram-lhe até o fim da casa,foi párar no quarto de sua bisavó,um quarto escuro,quase vazio,mas,cheio de sentimentos e lembranças.Observou os gatos,numa cesta enorme. Naquele dia,tudo estava verde pela janela,não se via o azul.O azul era convertido em floresta.Sentia-se a brisa vindo da janela. Deu um gole longo e delicado.Tirou de seu bolso as chaves e colocou-as perto do criado-mudo estilo imperial.
Perdeu-se no verde-mar do céu,que refletia algo que ela nunca vira.
Mal podia imaginar,aquele,aquele mesmo...Era o reflexo de sua vida.
Parou no tempo.Mas,Acordou de si mesma ,quando sentiu a presença de alguém,o que já seria corriqueiro.Era mais um dos gatos.Sorrindo com olhos de observador-mor.Direcionou seus olhos castanhos expressivos em seu observador e passou a ser observante de outro ser.Eram iguais.
AS memórias pareciam juntar-se como aquele céu,que mais parecia água. Verde,relutante,chamativo,distante.
Pegou as chaves,voltou-se para o chão,beijou vagarosamente o ser que alí estava.Ronronava com ele,sorria de volta.Seus olhos brilhavam de amor.Mas,não resistira,teria que sair.Passou mui rápido por todos os cômodos do apartamento,sentiu um lamento em ter que sair,mas,precisava.Foi até o carro,um Fusca Fafa,marron-bege.Ligou-o,procurou cds,não encontrou nada que lhe fizesse bem naquele momento.Ligou o rádio,e tocou sua música preferida,triste,mas,lhe fazia bem.Foi dirigindo em direção ao nada.Terminou deslocando-se aonde seu inconsciente queria estar.Nem percebeu as horas que passou no trânsito.Foi ao encontro do verde,foi ao encontro do mar,foi ao encontro da terra,foi ao encontro do ar.
Chegou.
Chegou onde ninguém queria estar,numa cena pitoresca,em um luará.Viu estrelas no chão,viu gatos no ar,estava com um copo de filosofia na mão,e na mente um café quente e forte.
Estava,meu caro,quase no norte.Desceu do carro,mas,deixou o som ligado.Mas,ao olhar em volta,encontrou uma Árvore que estava a cantar,pegou em seus galhos e pôs a perguntar se podia-se sentir junto a esta. Conquistou uma resposta sem ao menos pestanejar.Riu meio de lado e já começou a vibrar.Sentiu que o céu que estava dantes a olhar,era o mar que estava a farejar.Sentiu um arrepio em seus braços,era o vento que vinha a lhe empurrar. Delicadamente ela escorava na tromba de um elefante laranja.Aquela cor alegre,que lhe fazia medo.Ojerizou o montante de carne.Foi correndo em frente,seu carro fechou-se, a árvore calou-se e o elefante endagou: - Corres de mim?Corres da vida,corres de ti!?Porquê? A Humana fitou os olhos naquela cor feliz e pôs-se a chorar.Não conseguia falar.Não conseguia indagar,nem respirar.Soltou um suspiro aliviado quando o elefante laranja afastou-se.
E a cada soluço dado,ele afastava-se mais ... e mais. E mais.
Foi andando até o carro,pensando "Por hoje...Basta!". Achou tudo aquilo estranho,mas,gostou.Bebeu o copo de Filosofia,metade cheio,metade vazio.Na mente,acabou o café,no carro,acabou-se a música.No verde,via o laranja. Olhou para trás,tudo estava azul,o manto que cobria dantes seus sonhos.Não havia nuvens.Um sol avermelhado surgia longe.Voltou para sua casa escutando o noticiário.Nada de importante lhe atraia.Até que ela fixou-se em uma palavra:Intensamente.
Pensou que poderia viver as cores intensamente.Lembrou-se das cores,mas,não conseguiu imagina-las.Acabou o noticiário.Toca uma música. Ela novamente apenas capta palavras aladamente ditas... E escuta "Cores de Almodóvar". Junta elementos e compõe argumentos para viver de Cores e Cinema.Tudo que ela queria.Ficou imaginando como iria juntar tantos elementos :Música,Cores,Cinema e Gatos.
Chegou em seu apartamento e foi logo ao quarto de sua bisavó,buscou entre caixotes e lençóis bordados qualquer coisa que pudesse usar a partir de agora para sentir-se em um filme.Terminou encontrando uma caixa no fundo do guarda-roupas,abriu-a lentamente,pensando em jóias ou bordados.Encontrou uma câmera. Tentou liga-la,após enamora-la por um longo tempo.Funciona.
Começou filmando os gatos na cesta,mostrou o teto,o criado-mudo,as velharias,o seu passado e seu presente.Não imaginava que havia uma câmera em sua casa;onde de electrônico só havia seu celular.Ligeiramente foi até a janela,citou palavras soltas,mas,com conexão para ela,naquele momento: Aveia,Gatos,governo,respiração,amor,alegria,tristeza,água,terra,vênus
,Marte,eu,ele,veneno,solidão,pássaros!
Tirou de seu foco o rosto coberto por um véu e voltou a camêra para o céu.E contou tudo que viveu,olhando estrelas.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009



A palavra que escrevo é em si mesma tudo : Se te agradar,fino leitor,pago-me da tarefa;se te não agradar,pago-te com um piparote, e adeus.
Enfim, vamos ao prólogo,não te preocupes;não será tão longo. És pra mim um travesseiro mole,tépido,aromático,enfronhado em cambraia e bruxelas. Cinco minutos contigo bastam!Mas,sempre o exagero é bom nessas histórias de sentimento.
Mas,não vim exaltar-te com palavras Machadianas,porém,não deu para resistir a fazer um conúbio das ideias. Quero lhe dizer que sou um ser emplasto e que minha cura está nessas páginas e nestes movimentos e destes vão-se os sentimentos ,minha respiração pede a tua,minhas perguntas pedem as tuas,minhas palavras pedem as tuas e sei que isso é praticamente nulo.
Você acharia exagero eu dizer que todo esse sentimento que carrego comigo é uma cruz que eu durmo pregada?Se não, posso comparar a outra coisa, sendo mais prosaica,é como um mau jeito no pescoço que de vez em quando dói como bursite. Sei que é uma dor burra,que dói,dói,mesmo...e vai doendo; a dor do amor tem de repente uma doçura,um instante de sonho que mesmo sabendo que não se tem esperança alguma a gente fica sonhando,como eu, a menina boba que vai andando distraída e de repente,não mais que de repente,leva uma topada,um fora,um gelo. E depois? Um sorriso de palavras. E vivo nesse humilde sentimento ridículo e imponente e o desanimo que as vezes invade o corpo e a alma e a vontade de chorar ou até mesmo morrer, ou melhor 'viver de amor'. Byronismo cansa,Realidade espanta e amor...

Se alcança!

Vai,busca teu café.
Que depois eu chego por aí.




P.s: Depois de tanta revolta...a Calmaria da poetisa.

sábado, 3 de outubro de 2009


''O Brasil é um país que anda para frente!'' (JUCA CHAVES)
Isso numa apresentação, e claro,andando para trás.
E o mais engraçado é que o Brasil continua andando para trás e sorrindo pensando estar andando para frente!



Tão desgostosa com o Brasil que não consigo nem escrever mais sobre o dito cujo.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O GOVERNO MANDA DIZER: NÃO ESTAMOS ENEM AÍ PARA OS ESTUDANTES.

EXTRA!EXTRA!
O Brasil mostra mais uma vez sua VIOLENTA FALTA DE RESPEITO PARA COM OS SEUS CIDADÃOS.
Mais uma vez o Brasil mostra seu descaso para com os seus cidadãos.
Mais uma vez o BRASIL Mostra sua veias de corrupção!
Mais uma vez o BRASIL AGRIDE OS ESTUDANTES!AGRIDEM A EDUCAÇÃO...
A educação no Brasil sempre ficou em segundo ou até em NENHUM plano.Para dar um exemplo vou ressaltar o governo de Juscelino Kubitschek com o seu plano :

BRASIL: 50 ANOS EM 5.

A prioridade dele foi:Energia,Industria,Transporte,Alimentação,Saúde e Educação.
Que bonito!Mas,Educação em Ultimo lugar?
Quem constrói o país? Pessoas com estudo,não?
O que diremos de Jânio Quadros?
Varre varre vassourinha!!!??
Seria bom ele voltar e "Varrer toda a corrupção do Brasil!" Mas,forças ocultas o fariam participar também da corrupção...
João Goulart!!!!!!!
Tantas medidas populistas....
Ai que "bom",ao menos fez algo pela educação,mesmo que seja só pela educação Superior.


O BRASIL DE HOJE

O Brasil de hoje é tudo que não quero para minha futura família.
Um governador marionete,que encanta-se por qualquer frase feita com segundas intenções Norte -Americanas e ainda faz questão de repetir outras.Analfabeto,diz que é do povo,diz que tudo melhorou em seu governo.
Mas,NEM TUDO melhorou.
E não é só culpa dele. É culpa de todo um sistema.QUE SEMPRE FOI FALHO.
E falho em todos os sentidos possíveis.
Prova disso é O ENEM que foi adiado.


E tudo já começou errado.
Além da muvuca causada pela noticia do novo ENEM quase no MEIO do ano, dos protestos,dessa unificação ridícula,dessa falta de SIMULADOS,uma vez que foi prometido TRÊS SIMULADOS antes do Enem acontecer ....
A greve dos correios;
Greve dos bancos;
Bom... Tantos "sinais" de que isso não iria dar certo...
Essas medidas tomadas pelo governo,de ultima hora, sobre o ENEM foi somente jogo de interesses para superar o raking mundial de educação,uma vez que o nosso país ficou num dos últimos lugares,perdendo em Educação até para países da África.
Não adianta somente "fingir" que o país tá bem nesse viés. Eles (Os Governantes) tem que construir certas medidas para a Educação melhorar e não fazer com que as notas aumentem,juntando pessoas de colégios particulares e públicos e "jogar" a nota para o exterior e dizer: Tá aí! Melhoramos!!!

E depois o ridículo presidente da ..."suposta" República dizer: SIM!NÓS PODEMOS!
Nãaaaaaaaao.NÓS NÃO PODEMOS COM VOCÊ!

E o Brasil é um país que vai pra frente!
(Pra frente dos bois,dos carros,dos jegues... O País suicida)

E a forma de Educar e de aumentar índices é falha,sempre foi falha.
Só usam o ENEM para burlar os índices.
Até nisso o Brasil é corrupto!
E é por isso que vamos TENTAR fazer um PROTESTO, NO DIA 03 DE OUTUBRO AS 13 HORAS HORÁRIO DE BRASÍLIA NA FRENTE DA FEDERAL.
O problema dos estudantes,desse momento histórico, é que eles NÃO se juntam. Tem medo, não sabem a força que possuem!
VAMOS MINHA GENTE,CAMISA PRETA!
MOSTREM-SE INDIGNADOS!

LINKS:
RANKING MUNDIAL DE EDUCAÇÃO:http://educacao.uol.com.br/ultnot/2007/09/28/ult105u5904.jhtm
ENEM (NOTICIA DO ADIAMENTO) : http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/enem/news09_33.htm
ENEM(NOTICIA DO SUPOSTO ROUBO/VAZAMENTO DAS PROVAS) : http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/ult10103u632218.shtml

ORKUT/ENEM OFICIAL :
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=6069754

ENEM/UNIFICAÇÃO DO VESTIBULAR - PERNAMBUCO -COMUNIDADE/ORKUT :
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgPost?cmm=86077677&tid=5387701491159463819

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Meias verdades.
Meia luz.
Meias no chão.
Pé firme.
Cabeça longe.
Te afasta de mim!

Não consigo ir além. Não consigo sair de dentro de mim.
Há algo que isola-me em mim mesma.
Ao menos,nesse momento.
E eu que me sentia totalmente no controle da situação.
Não,nunca(ou quase nunca ) estamos.E quando pensamos que estamos,saimos rapidamente,sem ao menos perceber.

Bem,sempre no monólogo.
Mas,espera.
Descobri que quem fala com si mesmo no Imperativo é Autista.
Sempre soube que eu não era 100% Normal.
Mas,não interessa isso a ninguém ,não?

Mais uma publicação sem leitores,sem amores,sem afirmações ou negações.Suposições e supertições rondam as palavras e choram .

Choram algo que derramo sem ao menos perceber sempre.
Choram palavras amargas e de saudades.
Saudades de algo que nunca será alcançado.
Algo muito distante.
Algo que me faz ficar inquieta.

E quase me machuca.
E pousa no meu pensamento sem ao menos eu saber de onde vem ... e para onde vai.
E me faz rodeios e me beija e chora comigo.
E faz de mim a sua casa.

De monólogo até parece que não tem nada,mas,nem tudo que parece é.




Se for para ficar assim,
que isso não exista!



São mulheres.
São crianças.
São homens.

Elas e Eles choram.
Mulheres,bem mais fortes.
Aguentam,firme.
Olha só,nem sinto mais,na verdade,mulheres gostam de fazer ceninha.
Fingir que são frágeis.
Nem são.

Se são,são aquelas que não sabem ainda o que são.
Que São M-U-L-H-E-R-E-S!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009





Não.
Olha,por favor...Silêncio!
Não sei o que há,não sei se é falta de concentração,mas...Não consigo!
Cale-se!

Não estou aqui para revolucionar nada.
Nem letra, nem política.
Mas,vivemos numa 'linda democracia',não?
Vocês não acham?

Não sei o que há...
Mas,antes de tudo,há algo?
Há! Claro que há!
Mas,o quê?
O quê? Que eu não sei,nem sinto,nem toco,nem respiro?Só soletro!
Tá,assumo. Estou 'enrolando' para falar algo...


Pense em Democracia.
Pronto.Pensou?

Aplique o que você pensou ao Brasil.
Se você está satisfeito...
Apa! APA PUTA QUE PARIU!

Sejamos mais educados e cordias...
Ora,o que você pensa sobre democracia?
Tem algum conhecimento da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão?
Rasgue-a.Isso não funciona no BR.Mas,até que é engraçado lê-la.
Tão bonita!Tão Humana!Tão igualitária!
Mas,voltando..Estavamos falando de Democracia.

Então,vejamos,há três tipos de Democracia,que supostamente "evoluiu" através dos tempos..e tempos..e mais tempos...

A) Democracia Direta:
Adotada na Grécia Antiga,onde os cidadãos se reuniam na ÁGora para decidir os rumos do governo; decisões que eram tomadas por um número restrito da população que detinha a condição de cidadão,excluindo assim,todos os demais,dentre eles: escravos,estrangeiros,mulheres e os que nao detinham posses.


Bom,conhecendo esse tipo,esse "feto democrático",podemos dizer que havia uma extrema exclusão social,não?
E mais uma vez,de quem seria a culpa?
Da propriedade Privada,tendo em vista que o ato de ser "cidadão" dependia de posses,estas,com uma certa certeza,podemos dizer que enquadrava-se a posse de terras;e claro,do Governo .
E o que gera?
Luta de Classes,Ditadura,Opressão e assim vai indo.

B) Democracia Representativa ou Indireta:

Aquela em que o povo,por eleições periódicas escolhe as pessoas que irão ficar no poder,representando-os,para em seu nome tomar as decisões políticas de seu interesse.


Bom,que lindo,hein?
O Brasil vive nessa.
Que bom,olha só!Ao menos evoluimos!
BOm,se é assim que você pensou....


C) Democracia Participativa:

É proporcionado ao povão um engajamento nas questões políticas,legitimando questões de relevância para a comunidade como um todo,com mecanismos de participação direta.

Mais que bonito,hein?
Por quê essa Democracia não 'chega' ao Brasil?
Bom,talvez essa não seja a melhor opção para nós.

Democracia.
Demokratía.
GOVERNO DO POVO.

Bom,mas,quem é esse POVO?
Os ricos?Os que possuem as posses?
PORRA!POVO É POVO!
É A MULTIDÃO!
Então,porque devemos escolher um SUPOSTO REPRESENTANTE?
Tudo bem que o POVO /POVÃO ,também, supostamente,não tenha muita ideia de como governar/participar ativamente de algo Governamental.Mas,assim o são por não terem quem os guiarem,pela Educação no Brasil ser ,de certa forma,'jogada'.
Precisamos de Ensino de Qualidade,Debates sobre Política,Amadurecer esse povo!
Mas,quem está no poder nunca quer sair.. O poder é viciante.
E da parte,destes,que estão no poder,nunca vamos alcançar esse amadurecimento político.
Mas,sonharemos com isso,conspiraremos.

O fato é que ,no decorrer dos séculos, a política perdeu seu antigo sentido de 'vida ativa',da forma descrita por Hannah Arendt como o modelo grego na época de Sócrates,Platão e Aristóteles.O que antes era 'privilégio' hoje é algo banal.

Os Estados nascem,crescem,entram em decadência ou ,na melhor das hipóteses,passam por um processo de aperfeiçoamento.
E por isso,digo,quando "chegará" ao Brasil A Democracia Representativa?

Se demora tanto,melhor que nem chegue.
Vamos na força bruta das coisas mesmo. Só assim.
Não é porque essa geração é filha da Frustração do Diretas já que devemos abaixar a cabeça e se curvar a este Sistema Capitalista Selvagem.
Bom,se é para o bem da nação eu digo que FICO!
Digo que fico INDIGNADA!
E viva o POPULISMO PARA CALAR A BOCA DO POVO!
Mas,antes disso,ACORDEM!!!!!
Não escutem eles.
Afinal,segundo Gramsci, Todo estado é uma Ditadura.
Então,pessoinhas...
Não se deixem levar por uma 'Democradura', antes SEM GOVERNO do que COM GOVERNO.
Não venho aqui com discursos Socialista/Anarquista/Comunista,só quero o bem para minha Nação.

Mas,se te interessa,segundo a concepção Marxista,O Estado foi ( e ainda é),a máquina de opressão de uma classe sobre outra,com seus agentes repressores materializados na justiça,nos tribunais,nas prisões,etc.

Bom,se queremos mudar,temos que realmente ir com tudo,SOLUÇÕES DRÁSTICAS para 'pequenos' ou 'grandes' problemas.

Não sei se falei tudo que quis,mas,uma boa parte foi exposta.
Até a próxima Leitores Fantasmas.

domingo, 13 de setembro de 2009


Não.
Não estou bem.
Não estou mal.
Isso vai além,além...Muito além do bem e do mal.
Não me traga palavras,nem gestos.
Me traga olhares!
Me traga suspiros!
Me traga músicas!

Calma.
Se afaste.
Suma daqui.
Não sei o que pensas.
Mas,se pensas que pensas..Estais redondamente enganado!

Não,não venha me enlouquecer.
Já basta o que vivo.
Já basta o que penso.
Já basta o que imagino.
Já basta o que escuto!

Basta.
Vem silencioso.
Chega mais!
Não te escuto bem.
Mas,também não te escuto mal.
'Por meio da música as paixões desfrutam de si próprias.'


Não,não me venha com Nietszche!
Deixe-me acordar,ao menos!
Não vês que estou completamente sonolenta?


'No verdadeiro amor,é a alma que envolve o corpo"

Não,cala-te!Cala-te!

Pra terminar,ou fingir que terminou....

O que se faz por amor sempre se faz além do Bem e do Mal.

Depois de ler isso,até acredito que Nietzsche era gente!



E acabará assim?
É.
Soltem os morcegos,abram os porões.
Vão além do bem e do mal.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Turbilhão de Pensamentos.

Ora,um blog serve para divulgar idéias.
Mas,não sei se quero divulga-las,logo fica ao sabor da internet e de sua pesquisa para achar-me.
Eu poderia falar de mim...Mas,não sei se permito-te saber sobre.
Estava lendo novamente 'Humano,Demasiado Humano' de Nietzsche e me deparei com sublinhados!


" Sinal de incompatibilidade:

O indício mais forte da incompatibilidade entre duas pessoas é que ambas se falam reciprocamente com um pouco de ironia,mas,que nem uma nem outra percebe essa ironia"

Achei e continuo achando isso de uma clareza imensa para uma situação que já vivi ; e acredito que muitos já viveram.

Ta aí algum dos pontos fortes de Nietszche,e nem precisa de demais explicações para achar brilhante e ao mesmo tempo simples!
Mas,há lados obscuros em Nietzsche, que não devemos esconder,fingir que não lemos,como em:

" O parasita :
É um indício de falta total de sentimentos nobres quando alguem prefere viver na dependencia,a cargo de outrem,para não ser forçado a trabalhar,geralmente com uma SECRETA AMARGURA CONTRA AQUELES DOS QUAIS DEPENDE.Semelhante disposição é muito mais frequente entre as mulheres que entre os homens e também muito mais perdoavel(por razoes historicas)"
Mas,vejamos,ele ao menos disse " por razões históricas"! Mas,será que devemos dar um desconto a ele?
Quanto machismo!Não que eu seja feminista,extremista ou algo assim.
Mas, pesou muito ouvir.E se um dia essa Amargura existiu,ACABOU!Ou está prestes a acabar.E as razões históricas foram provocadas outrora pelo proprio homem; homem no sentido "masculino".
Melhor parar!
Já dizia o "doce" Voltaire: 'Quand la populace se mêle de raisonner,tout est perdu".
Ou não!
Podemos resolver isso...
De outra forma!

domingo, 23 de agosto de 2009

Descobri que tenho sotaque carregado,merda.
Mas,aviso TEM PIORES.

TEM PIORES TEM PIORES.

Em falando de "piores"
Lulinha ainda está no poder né?
Apoiando nosso queridinho 'Sarney'.
Não me aprofundarei nisso.
Não tenho estomago.Mas,precisava comentar.
Agora realmente penso : Brasil....Ame-o ou deixe-o.
Não tem como amar.

domingo, 16 de agosto de 2009

Bem que antes foi dito : " Quem sabe amanhã?"
Pois bem,estou eu aqui.
Não tenho bem o que falar.
Mas,não estou tão antipática quanto nos outros dias.


O que se vê quando não se tem o que fazer :

http://www.cinemascopiocannes.blogspot.com/
Blog de um Pernambucano 'cabra arretado',Kleber Mendonça.


http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=455&textCode=7765&date=currentDate

Oras,boa opção para mardar-se de casa e ficar um tempo só com você.


Isso não é um blog de dicas,não é?
Mas,exponho o que eu faço.
Não tenho o que fazer mesmo,então converso sobre o que for.
Afinal,não há quem escute.





Falando em Utopia.......
Não,deixemos as utopias pra lá;
Vai uma poesia aê?

O capitalismo separa-me do Sublime
26/07/2009

És tao sublime que nem as palavras alcançam-te
És tao sublime que nem aladas proclamam-te

És daqueles que devem ser guardados como algo oxidante
Algo que queima sem tocar,só de olhar já percebe-se antes.
De maneira que o necessário para tocar-te é somente a quimica alucinante;
Aquela quimica infiltrante,que se será descoberta debaixo dos lençóis

Embriago-me ao som do nada,esperando o tudo;
O tudo que proclamaram antes
O tudo que aladamente foi dito antes;
E amanhã tocado como nunca dantes.
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Não sei se sou eu
07/03/2009



Não sei se sou eu, ou se é você.
Mas,apaixono-me a cada coisa que deixas no ar sobre ti.
Sabes como me conquistar ,mesmo não fazendo de propósito.

Não sei se sou eu,ou se é você.
Mas,apaixono-me a cada piscar de olhos dado.
Sabes como me deixar tonta como ninguém.

Compreenda-me, quando o amor chega,não tem como não deixar ele invadir.
Ele simplesmente invade todo o nosso peito e alastra-se por dentre a alma,
Acelera o ritmo cardíaco e toma-nos o fôlego.

Há amores devastadores,há amores calmos.
O seu,é uma mistura de horrores,que torna-te singular ,ímpar,alfa,em minha vida.
Honrai-o.


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O mais engraçado é a intensidade ser a mesma e as palavras mudarem ardualmente entre personalidades que diz-se distinta e acredita-se 'igual'.
Ou vai ver que a poeta é a mesma.
Ou não, a poeta fica,os sentimentos mudam.
Estou ousando muito em chamar-me de Poeta,não?
Não.

sábado, 15 de agosto de 2009

Não tenho nada pronto,é sempre assim.
Acho que flue com mais naturalidade e os erros cometidos ficam com ar de 'modernidade burra',isso pode ser legal.Podem pensar que é uma nova tendência,não?

Poema-pilula.
Blog-pilula.
Acabou.Quem sabe amanhã não tem mais,hein?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Revolta ,de leve.

Pode-se dizer que há dias bons e há dias não tão bons.
Mas,há aqueles dias péssimos,que tudo dá errado; isso é tão 'humano'.
Mas,escutem!!!!!
Nunca vi algo passar tão cedo,tão rápido.
Sinto tantas coisas ,juntas,misturas,rogando por água para voltar a florescer tudo aquilo de outrora!Não posso imaginar/acreditar que tudo aquilo a-c-a-b-o-u.
Não,não pode ser!Claro que não pode ser.Não pode por conta do meu 'não querer'.



Tudo bem,tudo bem...
Não estou bem.

Lhasa de Sela é ilusória.
Chore litros ouvindo Radiohead.
E sinta-se o Latino-Americano mais (?) lendo José Chiavenetto.
Vá pro Congresso da Alas em Buenos Aires.
Vá assistir Lluvia.
Tome Prozac,Valium,veja OLga,Veja Desmundo...
Chore alto.
Ria com amigos.
Depois vida sua vida idiotinha.

domingo, 9 de agosto de 2009

Não tenho medo do escuro,mas,das sensações provocadas da musica quando se está no escuro.
Soltou-se de mim essa frase.
Claro que teve motivos,veja bem:

J'arrive a la ville - Lhasa de Sela.
Pensamentos longes,distantes,calmos,pesados...densos...Mas,ternos.
Luz de abajur + Luz da tela do computador.
Mudando a música.Mas,nunca mudando o pensamento. Aquele terno,fixo,ilusório e doentil.

Small song - Lhasa de Sela.
E nada muda,tudo fica do mesmo jeito.
Não são as canções.
A voz fala alto.
Tenho ouvidos sensivéis.
Tenho sentimentos aguçados,não só audição.
Pode-se dizer que sou movida há algo que encontro somente dentro de mim e que externo nas outras pessoas.Por puro prazer de pensar que elas podem sentir o mesmo.
Algumas podem até realmente externar o que há dentro de mim,mas,são raras estas.

Uma música sexy.
Love came here- Lhasa.
Algo confortavél.
Luz semi-apagada.
Relaxada.
Selvagem.
Enigmática.
Lhasa,oras.

Letra?Não.Musicalidade.


Café.
Chá Mate.
Chá Preto.
Pastéis.
O vicio: Garrafa de água.



Vários livros na bancada,revistas abertas,fotos espalhadas em cada piscar de olhos;
Cabelos caindo suavemente nas bochechas,mãos que mais parecem pensar,já que o cerebro acompanha outras ideias...Ideias distantes de algo que não se encontra.

Por dentro há lacunas que hão de ser preechidas mais tarde. Pode ser daqui a alguns anos,mas,hão de ser.Não se chora.Não há necessidade,ao menos no momento.
O coração salpica emoções,lateja de saudades( do que não se toca) e apreensões.
Mas,eis que justiça seja feita... E ele encontra um acalanto,um afago...Em palavras ditas por outrem.Bendito Deus que coloca palavras certas nas horas certas na boca daquele que disse-me coisas boas.

Algo parece ficar mais alegre.
A esperança sempre bate na porta.
Mas,ela está tão tímida,pedindo licença,por favor e obrigado( ou seria obrigada?Ela é homem ou mulher?Masculina?Feminina?Trato-a como palavra?Ou como 'pessoa'?Bem,fiquemos com o obrigado.)


Não há dúvidas que músicas mudam vidas.
Nem há dúvidas que a música mostra muito de você.
Mas,como explica-se a lembraça ou o reconhecimento de uma música em outra pessoa?
Como pode-se encontrar alguém em músicas? Como?
Há muito sentimentalismo nisso?
Há pessoas que encontram as outras em músicas?


E se eu falar que não só em músicas?
Mas,em cidades,situações,sol,vento,sorrisos...
E NUNCA dantes visto!?
Te ofenderá?

Y es el hombre, al fin, como sangría
Que a veces da salud y a veces mata...
Y es el hombre, al fin, como sangría
Que a veces da salud y a veces mata!
( La Celestina - Lhasa de Sela )


¡Ay mi amor!


Não se há perguntas.Se há afirmações.

Pequenas grandes palavras.


Fico inteiramente a disposição de meus dedos e palavras.
Poderia viver fazendo isso,é tão prazeroso!
Assim como um músico passa horas apenas limpando seu instrumento ou apenas a admira-lo fico eu a procura de informações dentro de mim mesma para depois expressa-las a mim mesma.
Até que seria bom compartilhar.
Mas,não sinto-me tão a vontade para tal.
Escrevo demasiadamente sem conclusões.
Isso deve ser como um café gelado as duas da manhã.
Mas,há quem goste!

Há espaços para poesia,já que dantes cuspi tudo que queria.
Navegando em minhas pastas encontrei algo legal.
Escrevi para apresentar em uma aula, não sei se evolui esse pensamento,mas,isso é datado de 2007.
Sublimar mente Capitalistas.


A cada segundo que evoluímos em tecnologia
a natureza perde seu fôlego.
Um sentimento antigo, mas, não pouco importante vêm em minha memória,
como um deja vú....
Aquele sentimento puro;
que dizia para salvarmos a natureza.
Mas... Essa frase é tão usada e tão pouco vivenciada no mundo real.
Vende-se! Vende-se o nosso tesouro!
E foi vendido!
Usado!
Jogado....
No lixo!

Lixo do qual jogo minhas mágoas;
Mágoas das quais poluem os rios....

Humanos...
.
Nem choro mais de alegria;
Choro por que a poluição me poluíra.
Sinto o vento bater em meu rosto,
Mas, não é aquele vento de outrora.

É sujo,seco.
Engasgado no peito,
De quem se incomoda.

Fui índio, hoje sou francês....
Amanhã, serei de vós micês!

Me usam como se eu fosse meretriz!
Perdi o meu tão belo nome....

Mãe... Mãe Natureza...
Falam tanto dela que a gente nem mais se interessa!
Falam tanto de aquecimento global,mas..
Por que o globo não se une contra?

Desesperança?Falta de amor?
Dinheeeiroo!

Ohhh... Que capitalismo!

Sinto falta da infância que tive;
Belas arvores,céu azul.

Hoje assim como apodreço-me por dentro...
Apodreceu a alma da Terra!


Triste é o mundo com a invenção moderna, a máquina.
Maquina da qual escrevo,
Da qual penso,
Da qual calculo.

Simplesmente...
Não sei mais o que fazer.

Ongs? Para quê?
Ninguém pode mais me socorrer.

Fui vendida por dinheiro,
Trocada por máquinas,
Trocada por nada,
Trocada por Lágrimas...

Índios..Indioss...
Que saudades...
Queria ser pra sempre sua terra.

Homens brancos,
Homens negros,
Homens ricos,
Homens pobres!


Pobres espiritualmente,
Daqueles que não pensam no bem estar comum.
Homens brancos de medo,
Medo do poderoso Petróleo.
Homens negros de tanto sol,
Tanto sofrimento.

Dei meu retorno;
Irei acabar com vocês!
Acabou o amor, a visão de uma nação.
O mal da Humanidade,
O dinheiro é o único verde circulante na face da Terra daqui a alguns anos.

Chorei o que tinha para chorar;
Plantei o que tinha para plantar,
Gritei o que tinha para gritar.

Dei-te meu melhor jantar!
Alimentei-te e fiz-te crescer....

Fostes tão arrogante que hoje,
Nem deixo vê o amanhecer.
Trocaste-me por dinheiro.