segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Quando os loucos falam o futuro

Mal acordara,cachorro latia,gato miava,tartaruga andava,coelho corria,criança chorava.Eram quatro horas da matina,vestia um longo vestido branco,com fios pintados de prata,seus pés descalços naquela grama gelada,estava em seu quintal.Seus olhos ainda mal conseguiam abrir;o sol batia forte onde ela estava,mais tão forte que seus olhos castanhos ficavam quase verdes.
Foi em direção à porta da frente,mas,antes que chegaste a esta uma vizinha nova chegou para falar com aquela moça dos cabelos cacheados,um pouco dourados,com ar de quem acordou a pouco.Pedia-lhe que fosse ver seu filho.A moça era morena,estava vestindo um vestido estampado,de chita,com sandálias de couro,cabelos muito liso e muito pretos,chamava-se Luiza.
Carolina foi até esta, ver aquele menino febril,atou seus cabelos cacheados com um pedaço de madeira que achou no chão.Preparou chá de camomila para a criança doente.

Enquanto a criança febril tomava o chá,Carolina fazia-lhe perguntas;sobre colégio,sobre a mãe,sobre seus outros irmãos.Até que a criança,que mal abrira os olhos adormeceu novamente.Mas,ocorria algo estranho,Carolina conseguia penetrar nos sonhos e encantos daquela criança.Ela via por cima dos olhos desta o que passava-se em seu mais íntimo.Ela acreditou ser apenas algo normal,apenas via algo estranho,poderia ser a vista,até por conta do que ela estava vendo:Listras negras e laranjas,que circulavam entre si e navegavam para um buraco negro e voltavam.Mas,logo depois,ela viu-se naquele menino;o buraco negro que antes existia,sumiu,emcima dos olhos do garoto,ela via-se dançando com alguém,rindo.Com medo do que estava vendo,correu e deixou o menino sozinho.Foi para sua casa,não aguentou ver aquilo.

Saiu correndo naquela grama gelada,o sol já aparecia fortemente,não aguentou ficar em casa,não sabia o que estava acontecendo,não sabia o porque de ter visto aquilo.Pegou seu cavalo,montou de vestido mesmo,foi até uma velha amiga,que diziam ser louca.

Encontrou depois de meia hora a casa da tão desejada amiga Francisca,que estava numa cadeira de balanço branca,arrudiada de plantas,de flores,de pássaros e dormindo ao seus pés,um gato grande e gordo amarelo.Vestia uma roupa negra,que não tirava para nada com uma sapatilha de bolinhas coloridas.
Carolina deixou seu cavalo preso na palmeira mais alta que havia na frente da casa de Francisca.
Francisca percebendo a movimentação e o barulho de pisadas de cavalo levantou-se e foi até aquela pessoa toda de branco,com cabelos bagunçados,ela não sabia que era Carolina,aquela filha de uma velha amiga sua.
Carolina aproximou-se e antes mesmo que Francisca falasse algo já foi dizendo o que aconteceu naquela manhã.Francisca percebendo seu nervosismo,mandou-a calar a boca e cuspiu no chão,como era de costume quando ficava nervosa também.Levou-a para um quarto e lá estava a Luiza,dormindo,chorando,esperniando. Francisca disse para Carolina:Teu destino,o menino viu. Teu destino o menino viu!
Carolina não entendia nada,até que Luiza parou.Parou de respirar,de esperniar e de chorar.Ali,parou-se a vida.
Francisca mandou Carolina retirar-se e ir até o menino.Carolina ainda muito mal,por não saber o que estava acontecendo e por ser deveras uma pessoa sensivel,foi desatando o nó da corda que prendeu seu cavalo na palmeira mais alta , subiu nele e correu até a casa de Luiza.Chegando lá,encontrou com o irmão de Luiza,que chegou para tomar conta do menino,pois,Luiza já tinha avisado que não estava bem por esses dias.Ela lembrou-se do que tinha visto,era aquele mesmo sorriso,era aquilo que ela tinha visto emcima dos olhos do menino!Pensava isso em frações de segundos; e o rapaz disse:Então és tu Carolina,a moça dos mil e um gatos vizinha de minha irmã Lu?
Ela assustada e ainda muito nervosa,até um pouco chorosa disse que sim , e resolveu levar-lo até a casa de Francisca,para mostrar-lhe Luiza,morta.
Levou-o em seu cavalo, o menino dormia.Enquanto ele dormia,passava-se no buraco negro a morte de sua mãe.E ele chorava,esperniava,mas,ninguem estava em casa.Ele não conseguia acordar.
Carolina enquanto cavalgava não falava uma só palavra, e o rapaz respeitava seu silêncio.

Chegaram.
Tudo repetia-se,nó no cavalo,maior palmeira que ali tinha.flores.pássaros.um gato.A mesma velha.

Francisca aproximou-se e disse: Vocês agora são uma família meus caros.

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