sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Baforadas de incenso



Acendeu o incenso.
Aquela tarde não era uma tarde qualquer.
Algo estava para acontecer.
Trocou de roupa como se fosse sábado,deitou-se e chorou como se escutasse Fagner;
Tudo estava leve,mas,ao mesmo tempo pesado.
Não sabia se escutava a música ou a sua mente.
Não sabia se penteava-se ou chorava.

Acendeu outro incenso.
Ligou a TV.
Respirou fundo.
Foi à cozinha.
Fez café.

'O trem se foi na noite sem estrelas.
E o dia vem,nem eu,nem trem ,nem ela.'
Trocou de roupa,viveu o dia que possuía.Ainda.
Acendeu o Fósforo,deixou-o queimar quase até o fim,não por conta de querer,mas,via sua vida n'quela chama.

Pegou uma caixa de surpresas;
Nem ela sabia o que ali habitava.
'Nem eu,nem trem,nem ela.'
Foi longe.
Tão longe que não sabia onde estava.
Debruçou-se em livros;
Tomou remédios;
Fez poemas;
Fez fotos;
Fez curtas;
Fez livros;
Morreu.

2 comentários:

  1. Cara, muito lindo e muito triste. Adorei ler isso. Nem sei dizer proque, mas prendeu minha atenção até acabar.

    Para bens juuu, tu sabe que eu te adoro né?

    Beijos mil

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  2. Adorei! Muito bom mesmo.

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